Itinerário terapêutico de pessoas idosas com diabetes mellitus
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Data
2020-02-27Primeiro coorientador
Schimith, Maria Denise
Primeiro membro da banca
Gehlen, Maria Helena
Segundo membro da banca
Leite, Marinês Tambara
Terceiro membro da banca
Jacobi, Caren da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O diabetes mellitus, doença crônica não transmissível, requer atenção em pessoas idosas por
aumentar o risco de comprometimento funcional, o que poderá interferir diretamente em sua
autonomia e independência. Frente a este contexto, há a necessidade da pessoa idosa com
diabetes mellitus buscar cuidado em diferentes cenários. O modelo de atenção integral à
saúde da pessoa idosa propõe a conexão entre diversos pontos das redes de atenção,
envolvendo os serviços de saúde, a família e a comunidade, vislumbrando a Atenção Primária
à Saúde como a ordenadora do cuidado. O itinerário terapêutico representa o percurso que
as pessoas fazem ao se depararem com um processo de adoecimento. Neste sentido, utilizouse
o modelo de Sistema de Cuidado à Saúde proposto por Arthur Kleinman, constituído pelos
subsistemas de cuidado à saúde popular, folclórico e profissional. O objetivo do estudo foi
descrever o itinerário terapêutico de pessoas idosas com diabetes mellitus cadastradas em
unidades de Estratégia Saúde da Família em um município do Rio Grande do Sul. Trata-se
de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo cujos participantes foram 15 pessoas idosas
com diabetes mellitus. Os dados foram coletados por meio da entrevista semiestruturada no
período de fevereiro a abril de 2019. A análise dos dados deu-se conforme a proposta
operativa de Minayo. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, parecer nº
3.108.845. Os resultados são apresentados em quatro categorias temáticas: correlações entre
o processo de envelhecimento e o diabetes mellitus; práticas populares e suas implicações
no cuidado às pessoas idosas com diabetes mellitus; percepções das pessoas idosas com
diabetes acerca do cuidado profissional; relações de cuidado a pessoas idosas com diabetes:
redes tecidas com o apoio da família e com pessoas de vínculos próximos. A partir da análise
dos dados, identificou-se que o percurso das pessoas idosas com diabetes não é linear, ocorre
mais frequentemente no subsistema de cuidado profissional e no popular. Algumas pessoas
idosas pontuaram não utilizar o subsistema de cuidado folclórico. Os trajetos de busca pelo
cuidado são permeados pelas questões do envelhecimento e incidem nas trajetórias que
serão escolhidas. Revelaram-se questões acerca do envelhecimento como: declínios físicos
e funcionais com comprometimento das atividades básicas e instrumentais de vida diária,
alterações na esfera sexual, dependência, aposentadoria e vulnerabilidade social. A família
foi reconhecida como a principal fonte de cuidado. A Estratégia Saúde da Família foi pontuada
como a referência em cuidado. Identificou-se uma pluralidade de práticas com o uso de chás,
benzedeiras, fé e religiosidade como forma de controlar e atenuar os efeitos da hiperglicemia.
Compreender os itinerários terapêuticos das pessoas idosas com diabetes contribui para
elucidar os caminhos que são trilhados em busca do cuidado, sobretudo, vislumbrar as
questões culturais, crenças individuais e familiares que mobilizam as pessoas idosas nesse
itinerário terapêutico. Espera-se que o estudo possibilite reflexões e aponte caminhos para o
atendimento de enfermagem gerontogeriátrica, e assim, possa ofertar práticas de cuidado
integrais à saúde da população idosa com diabetes mellitus.
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