Influência da periodontite apical sobre parâmetros de estresse oxidativo e atividades de ATPases em diferentes órgãos de ratos adultos e jovens
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Data
2020-04-17Primeiro coorientador
Bürger, Marilise Escobar
Primeiro membro da banca
Wolle, Carlos Frederico Brilhante
Segundo membro da banca
Benvegnú, Dalila Moter
Terceiro membro da banca
Pappen, Fernanda Geraldo
Quarto membro da banca
Segat, Hecson Jesser
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A periodontite apical, processo inflamatório em torno do ápice da raiz de um dente, é uma sequela da infecção microbiana do espaço pulpar dos dentes e é um problema notavelmente disseminado. ATPases do tipo P, como a Na+/K+-ATPase (NKA) e a Ca2+-ATPase (CAA), criam gradientes de potencial eletroquímico para os diferentes íons essenciais para diversas funções celulares, variando desde a geração de potencial de membrana, até contração muscular e remoção de íons tóxicos das células. Tais enzimas transmembranares possuem uma regulação oxidativa e estão associadas à patogênese de várias doenças sistêmicas, como obesidade, diabetes, dislipidemia e aterosclerose. No entanto, sua relação com a periodontite apical ainda não foi relatada. Considerando que o estresse oxidativo está relacionado à patogênese da periodontite apical, este estudo foi desenvolvido para avaliar a influência da periodontite apical sobre parâmetros de estresse oxidativo e atividades d ATPases em diferentes órgãos de ratos adultos e jovens. Ratos Wistar machos adultos foram aleatoriamente designados a dois grupos experimentais: controle (CT; sem lesão periapical; n=8) e periodontite apical (AP; com periodontite apical; n=9). A periodontite apical foi induzida pela exposição pulpar do primeiro molar mandibular direito. Após 21 dias da indução da periodontite apical, os animais foram eutanasiados e as mandíbulas foram dissecadas para as análises radiográfica e histológica. Além disso, o coração, fígado, pâncreas e rins foram coletados para as análises bioquímicas da atividade da NKA, geração de espécies reativas (ER) e conteúdo de antioxidantes endógenos. A periodontite apical aumentou a atividade da NKA no coração, fígado e pâncreas; e aumentou a geração dos ER apenas no coração. No entanto, a mesma influência não foi observada nos rim. Enquanto no coração e no pâncreas foi observado uma redução das defesas antioxidantes endógenas, no fígado e no rim tais níveis foram aumentados. Na continuidade dos estudos, para verificar se existe influência da idade e de diferentes tempos de exposição pulpar sobre os mesmos parâmetros analisados, um segundo protocolo experimental foi desenvolvido com ratos Wistar machos jovens que foram também aleatoriamente designados a dois grupos experimentais: controle (CT; sem periodontite apical; n=21) e periodontite apical (PA; com periodontite apical; n=24). A periodontite apical foi induzida pela exposição pulpar do primeiro molar mandibular direito. Após 7, 14 e 21 dias da indução da periodontite apical, os ratos foram eutanasiados e as mandíbulas foram dissecadas para análise radiográfica. Além disso, o coração, fígado e o pâncreas foram coletados para as análises bioquímicas da geração de ER, níveis de lipoperoxidação e de carbonilação de proteínas, além das atividades da NKA e da CAA. A periodontite apical induziu danos oxidativos no coração, fígado e pâncreas, observados principalmente 21 dias após a exposição pulpar. Além disso, a periodontite apical foi relacionada à redução das atividades na NAK e da CAA em todos os órgãos analisados, exceto no pâncreas, no qual se observou um aumento na atividade da CAA em todos os tempos avaliados. A redução da atividade da NKA e da CAA, a modulação do sistema de defesa antioxidante endógeno e o aumento dos danos oxidativos observados nesse estudo sugerem que a alteração do gradiente eletroquímico celular e o estresse oxidativo podem estar envolvidos na fisiopatologia da periodontite apical.
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