Efeitos do cádmio na morfofisiologia e bioquímica das espécies Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. e Mimosa scabrella Benth. em cultivo hidropônico
Visualizar/ Abrir
Data
2020-02-27Primeiro coorientador
Rorato, Daniele Guarienti
Primeiro membro da banca
Aimi, Suelen Carpenedo
Segundo membro da banca
Missio, Evandro Luiz
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A toxidez por metais pesados acarreta sérias consequências ao meio ambiente e ao homem. Dentre estes elementos, o cádmio (Cd) é considerado um dos mais danosos. Ao atingir altos níveis de contaminação em uma área, pode ocorrer a supressão da vegetação, por isso a identificação de espécies resistentes a esta contaminação auxilia no processo de revegetação e descontaminação destes locais. As espécies Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. e Mimosa scabrella Benth. são nativas brasileiras, de crescimento rápido e que ocorrem naturalmente no Rio Grande do Sul. Este estudo foi dividido em dois capítulos. No Capítulo I, o objetivo foi avaliar os efeitos do Cd no crescimento e nas variáveis fisiológicas e morfológicas, e no Capítulo II o objetivo foi avaliar os efeitos do Cd nas variáveis bioquímicas das mudas de P. dubium e M. scabrella em cultivo hidropônico e determinar a sensibilidade ou resistência/tolerância dessas plantas a este elemento. Os experimentos foram realizados na casa de vegetação e nos Laboratórios de Fisiologia e Nutrição de Plantas do Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. As mudas de ambas as espécies (obtidas pela semeadura em substrato comercial) após atingirem 15 cm de altura, foram transferidas para o sistema hidropônico para aclimatação, o qual era composto por solução nutritiva completa. Os tratamentos foram representados pelo acréscimo das seguintes concentrações de Cd (na forma de CdCl2) à solução: 0, 25, 50, 75 e 100 μM. Para cada espécie, o delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições compostas por 16 plantas cada. P. dubium foi cultivada em janeiro e M. scabrella em maio de 2019, mas nos dois experimentos as plantas permaneceram expostas por 14 dias ao Cd, e após esse período foram realizadas as análises fisiológicas, bioquímicas e morfológicas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias diferenciadas pelo teste de Tukey em 5% de probabilidade de erro. A espécie P. dubium se mostrou sensível ao Cd mesmo em baixas concentrações, pois o aumento de Cd em solução afetou negativamente a fotossíntese, o teor de pigmentos fotossintéticos, a morfologia do sistema radicular, a produção de biomassa e o crescimento em altura e raiz principal. A atividade da enzima guaiacol peroxidades (POD) em P. dubium e M. scabrella foi induzida mesmo em altas concentrações de Cd e reduziu os níveis de peróxido de hidrogênio, entretanto isso não conseguiu evitar a peroxidação lipídica nas duas espécies. No período avaliado, a peroxidação de lipídeos de membrana não ocasionou danos à produção de biomassa, arquitetura do sistema radicular e teor de pigmentos em plantas de M. scabrella em baixas concentrações. Portanto, a M. scabrella pode ser uma espécie indicada para recuperação de solos contaminados com cádmio até 50 μM.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: