Comportamento à compressão de estacas escavadas de pequeno diâmetro em campo experimental na cidade de Cruz Alta/RS
Resumo
Neste trabalho avalia-se o comportamento de estacas escavadas curtas e de
pequeno diâmetro submetidas a provas de carga estática à compressão, executadas
em campo experimental na cidade de Cruz Alta/RS. No local da pesquisa,
realizaram-se ensaios de simples reconhecimento (SPT), coletas de amostras
deformadas dos horizontes A e B do solo para ensaios de caracterização, curva
granulométrica e índices físicos. Foram executadas nove estacas escavadas por
trado mecânico com comprimento de 3,00 m, diâmetro de 0,30 m e características
construtivas diferentes: três estacas concretadas conforme a prática usual, resistindo
por atrito lateral e ponta; três estacas flutuantes, possuindo somente resistência por
atrito lateral, executadas com discos de poliestireno expandido na ponta que
posteriormente foram dissolvidos e, três estacas com a resistência de ponta
melhorada através da inclusão de camada de pedra britada compactada no fundo da
perfuração. Os resultados das curvas carga versus recalque obtidos nas provas de
carga foram interpretados pelo método da NBR 6122 (ABNT, 2019) e pelo método
de Van der Veen (1953), para posterior comparação com os valores estimados por
métodos semi-empíricos consagrados de cálculo de capacidade de carga. Os
resultados demonstraram que as estacas possuem baixa capacidade de carga de
ruptura, sendo as estacas convencionais as que apresentaram maiores variações.
As estacas flutuantes alcançaram valores de capacidade de carga semelhantes às
estacas convencionais, demonstrando a influência da resistência por atrito lateral no
solo em questão. As estacas com ponta melhorada alcançaram, em média, cargas
18,9% superiores às estacas convencionais. Apresentaram também
homogeneização dos recalques e/ou de seu comportamento quando carregadas.
Por sua facilidade de execução, torna-se uma alternativa simples, acessível e
eficiente para a obtenção de acréscimo na resistência de estacas curtas. Para a
previsão da capacidade de carga através de correlações com ensaios de simples
reconhecimento (SPT), o método de Décourt e Quaresma (1978) apresentou valores
23,7% superiores aos valores médios encontrados nas provas de carga. Quando
comparado com a média dos resultados das estacas flutuantes o valor referente à
capacidade de carga por atrito lateral foi 4,6% inferior. O estudo apresentado
demostra a importância da execução de provas de carga em estacas para
verificação in loco das cargas obtidas a partir dos métodos tradicionais de cálculo.
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