Influência da ozonização na desidratação de lodo de estação de tratamento de água
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Data
2020-01-29Primeiro membro da banca
Etchepare, Ramiro Gonçalves
Segundo membro da banca
Alcaraz González, Víctor
Terceiro membro da banca
Brusa, Ana Beatris Souza de Deus
Quarto membro da banca
Swarowsky, Alexandre
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Para tratar a água visando o consumo humano são realizadas várias operações unitárias nas
Estações de Tratamento de Água (ETAs), contudo a potabilização da água acarreta a geração
elevada de resíduos. O descarte do lodo nos corpos hídricos causa uma série de prejuízos ao
ambiente, por isso os resíduos de ETAs devem ser tratados e dispostos adequadamente. O
tratamento do lodo visa a redução da umidade e a destinação adequada do material sólido. A
desidratação aumenta a concentração de sólidos, reduzindo o volume de lodo. No tratamento
do lodo, a ozonização pode influenciar positivamente a desidratação. O ozônio (O3) é um
oxidante capaz de degradar diversos compostos, assim como liberar a água da partícula de lodo.
Contudo, ainda não há estudos na literatura sobre a utilização do ozônio para o tratamento de
lodos de ETAs. Deste modo, este estudo objetivou avaliar a influência da ozonização nas
características do lodo adensado e na água clarificada, assim como investigar o efeito da
ozonização para a desidratação do lodo da ETA de São Gabriel/RS (Brasil). A investigação
experimental foi dividida em quatro etapas: ensaios preliminares, com a determinação dos
efeitos da ozonização e adensamento do lodo; avaliação da desidratação, identificando a
influência da pré-ozonização e floculação para o desague do lodo; avaliação da água clarificada
e do lodo adensado, após a pré-ozonização e floculação; desidratação em geotêxtil,
determinando a influência da ozonização e floculação na drenagem e desidratação do lodo. Os
resultados da primeira etapa evidenciaram que o tempo de sedimentação alterou apenas o teor
de sólidos totais (ST) e sólidos totais fixos (SFT), enquanto o O3 teve efeito sob os todos os
parâmetros avaliados. O tratamento com maior dosagem de ozônio (1,1 gO3/g ST) resultou em
maiores concentrações de ST (39,15 g/L), SFT (28,90 g/L), remoção de carbono total (13% C) e
solubilização de alumínio (88,56 mg/L Al), e menores tamanho de partícula (42,6 µm TP) e pH
(3,6). A combinação do tratamento por ozonização e floculação apresentou menor resistência
específica a filtração (REF) para o lodo, com resultados entre 3,19 - 5,85E+12 m/kg. Os
resultados das melhores condições de dosagens de ozônio e polímero foram de 0,24 gO3/g ST
e 4 mg pol/g ST. Posterior a pré-ozonização e floculação nas dosagens aplicadas a água
clarificada apresentou menor turbidez, cor, pH, alumínio, ferro e chumbo, mas maior
condutividade, concentração de ânions (fluoreto, cloreto, nitrato e sulfato), manganês e bário.
O lodo obteve maior concentração de ST (22,14±1,14 g/L) e TP (42,63±1,48 µm), e menor
índice volumétrico do lodo (IVL) (22,6±0,65 mL/g), com potencial zeta (PZ) negativo. A
utilização de geotêxtil para lodo ozonização e floculação resultou em uma melhor drenagem e
desidratação, com maior volume acumulado drenado (4519,5 mL) e menor turbidez (12 NTU)
ao final do tempo de drenagem (90 minutos). Maior teor de ST (10,94±0,93 %), menor umidade
(9,02±0,67% U) e teor de C (6,90±0,18%), com eficiência de desidratação (ED) de 89,9%. A
influência da ozonização para a desidratação do lodo demostrou ser eficiente com melhora
significativa na desidratação do lodo da ETA em estudo.
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