Mulheres estudantes universitárias em situação de violência de gênero e a rota crítica para o seu enfrentamento
Fecha
2020-02-20Primeiro coorientador
Langendorf, Tassiane Ferreira
Primeiro membro da banca
Vieira, Letícia Becker
Segundo membro da banca
Silva, Laís Mara Caetano da
Metadatos
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Este estudo objetivou identificar a rota crítica de mulheres estudantes universitárias para o enfrentamento da violência de gênero. Foi desenvolvida uma pesquisa do tipo transversal, a amostra constitui-se de 1.469 mulheres estudantes universitárias matriculadas na Universidade Federal de Santa Maria em cursos técnicos pós-médio, graduação e pós-graduação, vinculadas aos campi de Santa Maria, Palmeira das Missões, Frederico Westphalen e Cachoeira do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário composto por três seções: caracterização sociodemográfica e acadêmica; caracterização das situações de violência, caso houvesse e, roteiro de descrição da rota crítica, sendo este distribuído de modo online por via institucional no Portal do Aluno. Houve divulgação impressa e digital da pesquisa à população acadêmica. Os dados foram analisados a partir da estatística descritiva e inferencial com utilização do programa PASW Statistic®. Os resultados demonstram que as estudantes da UFSM são mulheres brancas (n=1.188; 80,9%), heterossexuais (n=1.113; 75,8%), na faixa etária de 21 a 25 anos (n=596; 40,6%), que estão namorando (n=551;37,5%), residem com membros da família (n=471;32,1%) e não possuem filhos (n=1.242;84,5%). A maior parte da amostra estuda no campus de Santa Maria (n=1.252;85,2%), em cursos de graduação (n=1.053;71,7%) e está no quarto ano ou mais do curso (n= 431;29,3%). A maioria das estudantes sofreu violência de gênero ao longo da vida (n=900;61,3%), sendo a psicológica a mais prevalente (n=713;79,21%) e os companheiros os agressores mais citados (n=316;35,1%). Parte da amostra referiu violência durante o período de vínculo com a universidade (n=417;28,4%), principalmente do tipo psicológica (n=210;50,4%) ocorrida no primeiro ano do curso (n=168;31,7%). A maior parte das mulheres que sofreu violência de gênero contou para alguém (n=646;77,6%), porém não buscou ajuda (n=575;63,0%) e não conhece os serviços disponíveis para auxiliá-las no enfrentamento (n=556; 66,7%). O setor mais citado da rota crítica foi o setor saúde (n=139;16,7%). Entre as que buscaram ajuda na universidade, o serviço mais citado foi o SATIE/PRAE (n=18; 26,9%). Entre as mulheres que buscaram ajuda, a família foi o ponto mais importante da rota crítica (n=135;43,8%). Houve associação significativa entre não sofrer violência de gênero na universidade e não possuir vida sexual ativa, ser casada, morar com companheiro, cursar especialização, ter 51 anos ou mais e ser assexual, pansexual ou não saber/não informar a orientação sexual. Conclui-se que a maioria das mulheres estudantes universitárias não inicia a rota crítica e desconhecem os serviços que podem auxiliá-las no enfrentamento da violência de gênero. Recomenda-se o desenvolvimento de estratégias de prevenção da violência de gênero entre mulheres estudantes universitárias.
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