Potencial fitorremediador para cromo de Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos e Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos
Visualizar/ Abrir
Data
2020-01-30Primeiro coorientador
Tarouco, Camila Peligriontti
Primeiro membro da banca
Saldanha, Cleber
Segundo membro da banca
Turchetto, Felipe
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Brasil e o mundo vêm enfrentando problemas sérios de contaminação dos solos na última década. Dentre os numerosos contaminantes estão os metais pesados, estes por sua vez, podem ser ou não essenciais para o desenvolvimento humano e vegetal. Entre os essenciais encontra-se o cromo (Cr) que em concentrações elevadas é causador de sérios problemas a saúde humana. Com parte dos solos utilizados na agricultura contaminados é necessário o conhecimento de técnicas de remediação simples, eficientes e de baixo custo, como a fitorremediação. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o potencial fitorremediador das espécies Handroanthus chrysotrichus (Ipê-amarelo) e Handroanthus heptaphyllus (Ipê-roxo) e o efeito do Cr na fisiologia e bioquímica das plantas. Os experimentos foram realizados na casa de vegetação e no Laboratório de Fisiologia Vegetal e Nutrição de Plantas pertencente ao Departamento de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), campus de Santa Maria (RS). Parte das sementes de ambas as espécies passaram por teste de germinação in vitro sob as condições dos tratamentos de 0, 50, 100, 150 e 200 mg L-1 de Cr6+, enquanto outras foram germinadas e após crescimento inicial encaminhadas para sistema hidropônico em casa de vegetação e submetidas aos mesmos tratamentos. Após a exposição aos diferentes tratamentos, foi realizada a coleta de amostras e análise das variáveis morfológicas (biomassa fresca e seca, altura de plantas, variáveis biométricas do sistema radicular, área foliar e número de folhas), bioquímicas (enzimas antioxidantes, conteúdo de peróxido de hidrogênio, peroxidação lipídica e pigmentos fotossintéticos) e os parâmetros fotossintéticos. Foram observados sintomas de toxidez nas duas espécies estudadas, principalmente, em concentrações superiores a 100 mg L-1. A germinação de H. heptaphyllus foi menos afetada que a de H. chrysotrichus, entretanto o Ipê-amarelo apresentou maior tolerância a presença de Cr na área radicular e foliar, no diâmetro médio das raízes, na atividade da enzima peroxidase, na peroxidação lipídica e na presença de H2O2 nas raízes, na eficiência do uso da água e na concentração interna de CO2. É possível afirmar que as duas espécies podem ser utilizadas como bioindicadoras da contaminação por altas concentrações de Cr. Mesmo ativando seus mecanismos de defesa, a superação dos danos causados em concentrações acima de 100 mg L-1 não foi visualizada, contudo sua utilização em projetos de recuperação de áreas contaminadas ainda pode ser sugerida mediante estudos prévios de contaminação da área.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: