Estudo das toxicidades do extrato fluido de Solanum paniculatum L.
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Data
2020-07-17Primeiro membro da banca
Brucker, Natália
Segundo membro da banca
Freitas, Robson Borba de
Metadata
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Solanum paniculatum L. é uma planta medicinal pertencente à família Solanaceae, conhecida popularmente como jurubeba verdadeira. É utilizada pela comunidade para o tratamento de distúrbios hepáticos e gástricos, além de uso culinário. Considerando a escassez de estudos sobre o uso da jurubeba, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil fitoquímico e a toxicidade oral aguda e de doses repetidas de 28 dias do extrato fluido das folhas de Solanum paniculatum L. (EFSP). A composição fitoquímica foi realizada através de análises por CLAE-ESI/EM/EM e CG/EM. O estudo de toxicidade aguda e de doses repetidas de 28 dias seguiram os protocolos da OECD 423 e 407, respectivamente. No estudo de toxicidade aguda foi administrada uma única dose de 2000 mg/kg de EFSP em ratas Wistar e foram feitas observações comportamentais durante 14 dias. No estudo de toxicidade de doses repetidas, o EFSP foi administrado nas doses de 500, 750 e 1000 mg/kg durante 28 dias em ratos Wistar machos e fêmeas e foram observadas alterações comportamentais, peso corporal e consumo alimentar dos animais. No final do experimento foram coletadas amostras de sangue para análises bioquímicas e hematológicas. Os órgãos fígado, rins e estômago foram coletados para análises histopatológicas. Além desses órgãos, coração e baço foram coletados para análise de peso relativo dos órgãos. No perfil fitoquímico foram identificados alcaloides esteroidais, jurubina, isojuripidina e jurubidina. Na administração aguda de EFSP não houve mortes ou sinais de toxicidade. Assim, o EFSP pode ser classificado na categoria 5 (OECD), na qual é considerado seguro na dose de 2000 mg/kg. A administração repetida de EFSP nas doses de 500, 750 e 1000 mg/kg não causou morte ou alterações comportamentais. Nos parâmetros bioquímicos foi observada diminuição dos níveis de triglicerídeos nos grupos de machos e fêmeas tratados na dose de 1000 mg/kg quando comparados aos grupos de machos e fêmeas tratados nas doses de 750 e 500 mg/kg. Nas análises histopatológicas foi observada degeneração hidrópica nos ratos machos tratados na dose de 750 e 1000 mg/kg, já no grupo de fêmeas tratadas na dose de 1000 mg/kg foram observados pontos focais de necrose esparsos. Houve um aumento no peso relativo do fígado dos machos tratados na dose de 500, 750 e 1000 mg/kg comparados ao controle. Estas alterações podem ser consideradas fatores de toxicidade. Em vista disso, o uso frequente de jurubeba nas doses mais altas (750 e 1000 mg/kg) não é considerado seguro, porém, mais estudos com diferentes doses e períodos são necessários para estabelecer um parâmetro de segurança do uso da jurubeba.
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