Impacto da temperatura sobre a eficiência de inoculação com Azospirillum brasilense na cultura do milho

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Data
2021-03-05Primeiro coorientador
Martin, Thomas Newton
Primeiro membro da banca
Stefanello, Raquel
Segundo membro da banca
Conceição, Gerusa Massuquini
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Bactérias promotoras de crescimento de plantas têm ganhado destaque atualmente, com aumento significativo de inoculantes comerciais para culturas não leguminosas, com o propósito de reduzir custos com adubações nitrogenadas, aumento da tolerância a fatores promotores de estresse e incremento de produtividade. Entretanto, o sucesso no uso da tecnologia pode ser afetado por inúmeros fatores relacionados ao genótipo, estirpe bacteriana e condição ambiental, colocando em dúvida o uso da tecnologia no campo. Desta forma, o objetivo da pesquisa foi avaliar a influência da temperatura em condições de laboratório e a campo na eficiência do processo de inoculação com Azospirillum brasilense, determinada a partir de variáveis de crescimento, bioquímicas, nutricionais e produtividade de grãos. O experimento I foi desenvolvido no Laboratório de Fisiologia Vegetal de Plantas de Interesse Agrobiológico – UFSM Santa Maria. Sementes de dois híbridos de milho Syn 488 e Syn 505, inoculados ou não, foram dispostas em papel germitest umedecido com 2,5 vezes o peso do substrato e colocadas para germinar em equipamento do tipo B.O.D pelo período de sete dias. Após este período, as plântulas foram coletadas e as variáveis germinação, primeira contagem, comprimento de raiz, comprimento de parte aérea, massa seca de plântulas, variáveis bioquímicas (enzimas superóxido dismutase (SOD) e peroxidase (POD), conteúdo de peróxido de hidrogênio e peroxidação lipídica), e pigmentos fotossintéticos (clorofilas totais e carotenoides) foram determinados. Adicionalmente, no experimento II, os híbridos de milho (inoculados ou não) foram testados a campo em três horários de semeadura (8, 15 e 18 horas), sendo determinada a temperatura e umidade relativa do solo no momento da semeadura. Posteriormente, avaliou-se no estádio fenológico de florescimento as respostas da interação (inoculação x horários) para variáveis bioquímicas, pigmentos fotossintéticos, concentração de nutrientes nos tecidos, produtividade e proteína bruta dos grãos. Evidenciou-se que sob condições controladas, o híbrido Syn488 demonstrou efeito negativo a inoculação, com alta peroxidação lipídica em plantas expostas a bactéria A. brasilense, o que não foi verificado a campo. Já Syn505 apresentou incremento para os parâmetros de crescimento e intensa modulação de pigmentos fotossintéticos e enzimas POD e SOD, principalmente sob temperaturas de 25 e 30 °C. Quando os híbridos foram semeados no campo, ambos os genótipos responderam positivamente a inoculação, contudo, o horário de semeadura alterou as respostas da bactéria, obtendo-se resultados satisfatórios da interação planta-bactéria quando a semeadura foi realizada às 15 e 18 horas na primeira época, com maior atividade de POD e SOD, concentração de N e produtividade de grãos. Conclui-se que inoculação de sementes pode ser influenciada pela temperatura a qual a semente e microrganismo são expostos, mesmo que por um curto período de tempo, o qual pode limitar as respostas da bactéria via incremento do sistema enzimático, fixação biológica do nitrogênio e absorção de nutrientes.
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