Gênero, performance e experiência: um descortinar da pesquisa em contextos rurais mediada por afetos

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Date
2021-08-05Primeiro membro da banca
Mendes, Chirley Rodrigues
Segundo membro da banca
Guimarães, Gisele Martins
Terceiro membro da banca
Mafra, Rennan Lanna Martins
Quarto membro da banca
Pessoa, Sônia Caldas
Metadata
Show full item recordAbstract
É tarefa difícil escrever a sinopse de um texto que se propõe ser uma experiência. Se faz
necessária a recusa em revelar, por meio de uma narrativa esmiuçada, os detalhes do desfecho
da obra. Há, no entanto, que informar que esta tese é mediada pelos afetos, assim como foi
afetada pelas e pelos sujeitos que entrecruzaram seu processo gestacional e de concretude,
afetou e continuará afetando por meio deste texto-experiência. Talvez agora, eu possa introduzir
a temática: mulher, sujeito não reconhecido em tantos espaços, menos ainda no rural, menos
ainda nos espaços que a ela não foram pensados e autorizados. O que uma mulher é autorizada
a ser? Qual é o espaço que compete à uma mulher? O que é ser mulher? Reflito e considero
também que esta tese não apresenta como temáticas somente o gênero, o rural, a experiência
estética, os afetos, a performance, o reconhecimento, mas também os atravessamentos que estão
para além do encontro entre sujeito que pesquisa e sujeito que é voz da pesquisa. Por isso
anuncio que a tentativa neste texto-experiência foi de permitir a expressividade que a própria
experiência afetiva pulsava, sem que eu pudesse determinar os ditos, sem que minhas limitadas
lentes pudessem abafar as histórias contadas por vozes plurais com toda sua individualidade
que importa. O texto é vivo e pulsante de narrativas de si, esse que foi escrito com e não sobre
elas. Um texto que dá protagonismo as experiencias de vida de mulheres vinculadas à contextos
rurais e que se fazem presentes no movimento sindical, com centralidade nas comissões de
mulheres vinculadas à FETAG/RS. O texto nos provoca ainda, em seu reconhecimento como
performativo, a refletir, a partir do nosso encontro também com o que Judith Butler vem nos
presenteando com seus escritos e contribuições teóricas no pensar os corpos, no pensar gênero
enquanto performativo a partir da luta por reconhecimento. Convido para que com Paulo Freire,
olhemos para a educação e a Extensão Rural com outros olhos, olhos esses da comunicação e
do diálogo. Entendo que vincular às pesquisas na Extensão Rural com a proposta de pesquisas
mediadas por afetos, pode ser um caminho, não só possível, mas que amplie nossos horizontes
investigativos. Estou aqui em posição de comunicação, em uma nova partilha do sensível,
apresentando um texto-experiência permeado pelos afetos e encorajado pela virada afetiva. Esse
texto-experiência dá seus primeiros passos, e se alinha à elaboração de um texto que dialoga
com quem lê, com quem entra em contato com a experiência recriada. É por isso que convido
quem até aqui chegou, a permitir-se afetar, a adentrar este texto-experiência como alguém que
comigo o tece.
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