Equações antropométricas e impedância bioelétrica: validade para estimar a composição corporal de pacientes com HIV/AIDS
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Data
2020-02-28Primeiro membro da banca
Rosas, Daniel Afonso Botero
Segundo membro da banca
Santos, Daniela Lopes dos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Considerando que existe um grande número de pessoas vivendo com HIV/AIDS no Brasil e sendo uma doença que não tem cura até o momento, tal situação tem desencadeado a necessidade de aprofundamento nas questões que abrangem temáticas envolvendo este público. Sendo as questões relacionadas à composição corporal algo de destaque neste público, torna-se relevante investigar a acurácia dos métodos de avaliação da composição corporal testando a aplicabilidade para os mesmos. Desse modo, o objetivo desse estudo foi analisar a validade cruzada de equações antropométricas e de impedância bioelétrica (IB) para a estimativa da gordura corporal relativa (%GC) e da massa muscular (MM) em uma amostra de pacientes com HIV/AIDS da cidade de Santa Maria – RS, tendo como método critério a pesagem hidrostática (PH). Participaram deste estudo 58 indivíduos com HIV/AIDS (48 homens e 10 mulheres), com idade entre 15 e 66 anos. Destaca-se que pelo número reduzido de sujeitos do sexo feminino com resultados em alguns métodos de avaliação, esses serão parcialmente apresentados e discutidos nesse estudo, a exceção se dará na caracterização da amostra e na análise de estimativa de MM. Para a determinação da composição corporal, os sujeitos foram avaliados por meio da PH, da IB e da antropometria, sendo analisada a validade cruzada de 40 equações antropométricas e da IB. Para as equações que estimam densidade corporal (Dc) e massa corporal magra (MCM), foi deduzido o %GC. As análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS, versão 23.0, adotando-se um nível de significância de 5%. Os critérios de validação cruzada sugeridos por Lohman (1992), a análise gráfica das dispersões em relação à média, por meio do método de Bland e Altman (1986) e a análise de diagnóstico (kappa) foram utilizados. O %GC médio foi de 20,72% nos homens e de 26,19% nas mulheres. As diferenças entre as estimativas das equações de conversão da Dc e da MCM em %GC não foram significativas, com exceção das equações (PM13 a PM16) de Petroski (1995) e das 3 equações masculinas de Carvalho- Pires Neto (1998a). Com relação à concordância, as equações de Petroski apresentaram resultados significativos, os quais variaram de r=0,73 a r=0,81,. Por outro lado as equações de Carvalho – Pires Neto, IB e equação de Wilmore & Behnke (WeB) (1969) apresentaram concordância entre baixa e moderada. Em relação ao erro padrão de estimativa, todas as equações não apresentaram valores aceitáveis para validação cruzada. O coeficiente de concordância kappa observado foi baixo, apresentando poucos diagnósticos coincidentes. Para a estimativa de MM, a equação de Janssen et al. (2000) não diferiu estatisticamente da medida critério, o que não ocorreu com a equação de Lee et al. (2000). Os resultados de %MM estimados apresentaram coeficiente de correlação moderada. Considerando as categorias para interpretação dos níveis de %MM, a maioria dos avaliados apresentaram resultado entre alto e muito alto para a equação de Lee. Já para equação de Janssen a predominância foi de sujeitos na faixa considerada normal. Quanto ao coeficiente kappa, os valores encontrados indicam uma concordância pequena (Eq. Janssen) e discreta (Eq. Lee). Com base nos resultados obtidos foi possível concluir que as equações exploradas nesse estudo, de uma maneira geral, não foram eficientes para a estimativa de componentes corporais de pacientes vivendo com HIV/AIDS.
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