O extrato bruto das folhas da espécie Randia ferox (Cham & Schlecht) DC. apresenta adequado perfil de segurança e potencial antineuroinflamatório in vitro
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Data
2021-08-27Primeiro membro da banca
Branco, Cátia dos Santos
Segundo membro da banca
Leal, Daniela Bitencourt Rosa
Terceiro membro da banca
Santos, Gabriela Trevisan dos
Quarto membro da banca
Augusti, Paula Rossini
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As doenças neuropsiquiátricas afetam diretamente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos e seus familiares, tornando-se um problema de saúde pública. Dentre as hipóteses de sua fisiopatologia tem sido explorado a neuroinflamação, tornando-a um alvo de tratamento. Os produtos naturais são amplamente explorados devido as suas atividades farmacológicas e substâncias inéditas. A espécie Randia ferox, conhecida popularmente como limoeiro-do-mato, é uma espécie nativa da Mata Atlântica. Suas folhas são usadas na cultura popular como cicatrizante e anti-inflamatória. Entretanto, há poucos estudos sobre sua eficácia e segurança. Por isso, o objetivo desde estudo foi avaliar o potencial antineuroinflamatório do extrato bruto das folhas da espécie Randia ferox e seu perfil de segurança in vitro. As folhas da planta foram coletadas no município de Arroio do Tigre, secas em estufa, maceradas em etanol 70%, seu extrato hidro alcóolico evaporado e o seu extrato bruto liofilizado. Para a qualificação e quantificação de seus metabólitos secundários, foi utilizado a cromatografia líquida de alta eficiência acoplado a espectrofotômetro de massas. No estudo de neuroinflamação, as micróglias (BV-2) foram tratadas com lipopolissacarídeo (LPS) e uma curva do extrato nas concentrações de 25, 50, 75, 100, 150, 200 e 400 μg/mL foi utilizada para avaliar a viabilidade e a formação de óxido nítrico (ON) e espécies reativas de oxigênio (ERO). Foram testadas citocinas pró (interleucina 1β e 6, fator de necrose tumoral α e interferon γ), e anti-inflamatórias (interleucina 10), as caspases 8 e 3 e a expressão gênica do inflamassoma NLRP3. No estudo do perfil de segurança, foram utilizadas as células mononucleadas de sangue periférico, fibroblastos humanos (HFF1), macrófagos de murinos (RAW) e células epiteliais de rim de macaco (VERO), as quais foram submetidas a exposição ao extrato bruto na curva-concentração 25- 400 μg/mL nos períodos de 24 e 72h. Após o encerramento de cada período de incubação, foram feitos os testes de viabilidade e proliferação celular, quantificação de ON, ERO e dsDNA sobrenadante para avaliar a morte celular. Foram feitos os testes de DNA cometa, teste gemo modificador e hemólise. O extrato bruto demonstrou um potencial antineuroinflamatório sendo capaz de diminuir os níveis de ON, ERO, as citocinas pró-inflamatórias, as caspases 8 e 3, a expressão do inflamassoma NLRP3 e aumentar a citocina anti-inflamatória, demonstrando assim um mecanismo neuroprotetor do extrato nessas condições. No perfil de segurança, o extrato não foi citotóxico nas linhagens e condições estudas, com exceção da concentração de 400 μg/mL. Apenas as células mononucleadas apresentaram diferença na produção das ERO ao serem expostas ao extrato, não houve modificações na modulação do ON. Nenhuma concentração estudada foi genotóxica ou hemolítica. O extrato bruto das folhas da espécie R. ferox demonstrou atividade antineuroinflamatória e foi considerado seguro nas condições estudadas.
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