As trajetórias desenvolvimentistas de Brasil e Coreia do Sul na semiperiferia: um estudo histórico comparativo a partir de suas inserções na divisão internacional do trabalho
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Data
2021-08-20Primeiro membro da banca
Hendler, Bruno
Segundo membro da banca
Moreira Junior, Hermes
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Brasil e Coreia do Sul, dois Estados desenvolvimentistas que se tornaram expoentes
industriais nos seus respectivos âmbitos regionais, trilharam trajetórias que incorreram em
inserções diferentes de suas economias na divisão internacional do trabalho. A trajetória de
industrialização dos países periféricos que contextualizou os casos fez o termo “semiperiferia”
emergir dentre a clássica noção dual entre centro e periferia na academia. Entretanto, os rumos
da economia sul-coreana divergiram intensamente da trajetória brasileira, onde o “tigre
asiático” é visto, hoje, em amplo consenso como ator protagonista dentro do cenário
tecnológico da divisão internacional do trabalho, em contraste à evidente descomplexificação
e reprimarização da inserção comercial brasileira. Tendo em vista a ampla produção científica
já existente que aborda os casos sob diferentes premissas e teorias, pretende-se, neste trabalho,
analisar os casos dentro de um escopo teórico eclético que trate da singularidade dos casos
dentro de uma visão totalizante enquadrada pelo sistema-mundo. Portanto, o trabalho visa
compreender a trajetória de Brasil e Coreia do Sul na semiperiferia pró-sistêmica (capitalista)
a partir da maneira como seus projetos desenvolvimentistas se relacionaram com ciclo de
acumulação sistêmico norte-americano, utilizando de uma abordagem que parte do diálogo do
sistema-mundo com a noção de paradigma tecnoeconômico, visando o enquadramento mais
preciso da noção de atividade central dentro da divisão internacional do trabalho. Assim, este
trabalho discorre sobre o desenrolar divergente dessas trajetórias, partindo do seguinte
problema de pesquisa: como as diferentes abordagens das estratégias desenvolvimentistas de
Brasil e Coreia do Sul para com o ciclo sistêmico de acumulação norte-americano refletiram
nas suas trajetórias na divisão internacional do trabalho? Para responder essa questão, esse
trabalho utilizou de um process tracing comparativo das inserções dos países na divisão
internacional do trabalho, espelhando os dois momentos do ciclo sistêmico de acumulação
norte-americano, partindo da análise da capacidade de internalização das atividades centrais
do paradigma metalomecânico-químico ao microeletrônico. O trabalho concluiu que a
estratégia internacionalista, traçada pelo Brasil, o estabilizou na semiperiferia e a estratégia
nacionalista da Coreia do Sul a colocou no centro da divisão internacional do trabalho, no que
cada uma cumpriu um papel específico do mesmo processo dentro do ciclo sistêmico de
acumulação norte-americano.
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