Utilização dos serviços de saúde por pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2
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Data
2021-11-19Primeiro membro da banca
Zamberlan, Cláudia
Segundo membro da banca
Weiller, Teresinha Heck
Metadata
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A utilização dos serviços de saúde em decorrência do Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 e suas complicações está associada às necessidades das pessoas, à oferta dos serviços, aos recursos financeiros, aos profissionais da saúde, assim como, às condições socioeconômicas e culturais. Objetivou-se conhecer as características sociodemográficas e clínicas das pessoas com DM tipo 2 atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS) de Santa Maria - RS e compreender a percepção destas sobre a utilização dos serviços de saúde da rede municipal. Trata-se de um estudo quanti-qualitativo. Na primeira etapa, realizou-se uma pesquisa quantitativa cuja fonte de dados foi um projeto matricial. Na segunda etapa, realizou-se uma pesquisa qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas junto a pessoas com DM tipo 2 autorreferido e que participaram do projeto matricial. A análise dos dados da etapa quantitativa se deu por meio de estatística descritiva e analítica no software Statistical Package for the Social Sciences. A etapa qualitativa foi pautada na Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Para a realização desta pesquisa foram seguidos os aspectos éticos relacionados à pesquisa com seres humanos. Houve predomínio de pessoas brancas (44–73,3%), do sexo masculino (32–53,3%), com baixa renda familiar (32–53,3%), de 40 a 49 anos (18–30,0%), com zero a oito anos de estudo (38–63,3%). Quanto as características clínicas, predominou a Hipertensão Arterial entre 36 (60,0%) dos entrevistados, seguido pela obesidade em 35 (58,3%) dos participantes e dislipidemia em 33 (55,0%) deles. Identificou-se uma maior concentração de pessoas com DM tipo 2 do sexo masculino nas regiões Centro-Urbano (13–21,7%) e Centro-Oeste (12–20,0%) do município. O Centro-Oeste registrou uma maior concentração de pessoas com baixa renda. Nas regiões Oeste e Centro-Urbano, a associação da hipertensão ao DM foi constatada em dez pessoas (16,7%) e nove (15,0%), respectivamente. Na etapa qualitativa foram entrevistadas 15 pessoas, sendo dez homens e cinco mulheres. Identificou-se um itinerário dos participantes que passava pela APS, serviço ambulatorial e hospitalar, para fazer acompanhamento do DM e tratar as complicações. Utilizavam os serviços da APS como porta de entrada para diagnóstico, renovação de receitas, verificação de níveis glicêmicos, exames e consultas. As limitações dos serviços de saúde do município, identificadas pelos participantes, foram a renovação de receita sem avaliação clínica, fluxo de atendimento pela distribuição de fichas, pouco vínculo, relação interpessoal insuficiente e falta de acolhimento pela APS, além de longo tempo de espera por atendimento com especialistas, falta de investimento público e a pandemia da Covid-19. As fortalezas citadas foram bom atendimento e acolhimento pelo serviço ambulatorial especializado, resolutividade hospitalar e qualidade de todos os serviços. A maioria dos participantes, que estava em acompanhamento no serviço ambulatorial especializado, não mantinha acompanhamento e vínculo com o serviço de referência da APS. Conclui-se que conhecer como as pessoas com DM tipo 2 utilizam os serviços de saúde configura-se como fundamental para identificar as barreiras de acesso e orientar políticas de saúde, provendo a equidade do acesso e orientação ao desenho de políticas voltadas à redução das iniquidades em saúde.
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