Hidrogel de goma de alfarroba contendo nanocápsulas de disseleneto de difenila para o tratamento da tricomoníase vaginal
Fecha
2021-09-27Primeiro membro da banca
Ferreira, Luana Mota
Segundo membro da banca
Menezes, Charlene Cavalheiro de
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST) que tem como vetor o parasita Trichomonas vaginalis. As terapias convencionais apresentam na maioria dos casos uma baixa eficácia e elevada toxicidade, sendo relevante a busca por novas terapias. O Disseleneto de Difenila (PhSe)2 é um composto orgânico de selênio com propriedades antioxidante, antiinflamatória, além de atividade frente a alguns microorganismos. Porém, este composto apresenta elevada lipofilia e efeitos tóxicos, o que dificulta seu uso clínico. Nesse sentido, as nanocápsulas poliméricas tornam-se uma alternativa interessante para contornar as limitações do (PhSe)2. Diante disso, esta dissertação teve como objetivo desenvolver suspensões de nanocápsulas de Eudragit® RS100 e óleo de coco contendo (PhSe)2 e avaliar, de forma inédita, sua atividade anti-trichomonas, além de investigar a viabilidade da preparação de um hidrogel contendo as nanocápsulas, utilizando a goma de alfarroba como agente formador de gel, visando a aplicação vaginal. As suspensões de nanocápsulas foram preparadas pelo método de deposição interfacial do polímero pré-formado e foram observadas características compatíveis com sistemas nanoestruturados para liberação de fármacos, como tamanho médio de partícula na faixa nanométrica (193-206 nm), índice de polidispersão adequado (0,19-0,22), potencial zeta positivo, pH na faixa ácida (4,97-5,04), teor do composto próximo ao valor teórico (1,04 mg/mL), e elevada eficiência de encapsulamento (99,92 %). Na avaliação da atividade in vitro em células infectadas pelo T. vaginalis, (PhSe)2 nanoencapsulado em concentrações intermediárias, reduziu a viabilidade do trofozoíto de forma mais expressiva em comparação à forma livre do ativo.. A capacidade antioxidante do (PhSe)2 nanoencapsulado foi superior à forma livre. A avaliação do potencial mucoadesivo das nanocápsulas, com alteração do diâmetro médio e a inversão do potencial zeta, comprovou seu potencial mucoadesivo, atribuído ao polímero catiônico. Os hidrogéis foram preparados a partir do espessamento das suspensões de nanocápsulas com a goma de alfarroba (3%). As formulações desenvolvidas apresentaram características físico-químicas adequadas para aplicação vaginal, mantendo o tamanho nanométrico na faixa de 237-295 nm (espectroscopia de correlação de fótons), teor de ativo próximo ao valor teórico (1mg/g de (PhSe)2)
(CLAE), valores de pH próximo à faixa da neutralidade 6,16-6,20 (potenciometria), assim como comportamento reológico não-newtoniano pseudo-plástico (viscosímetro rotacional). A avaliação do potencial de irritação pelo método da membrana corioalantóide indicou ausência de hemorragia, coagulação ou lise, demonstrando que as formulações são consideradas não-irritantes. A força mucoadesiva dos hidrogéis foi aprimorada para o ativo nanoencapsulado em comparação ao (PhSe)2 livre, demonstrando a escolha correta da goma. A permeação através da mucosa vaginal bovina utilizando células de Franz evidenciou que as formulações permaneceram na superfície da mucosa vaginal, o que é ideal para o tratamento de infecções vaginais superficiais. Portanto, baseado nos resultados obtidos, o desenvolvimento do hidrogel atendeu a finalidade terapêutica proposta, podendo ser uma alternativa promissora para o tratamento da tricomoníase.
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