Distopia censurada pela ditadura civil-militar brasileira: a sociedade representada na obra cinematográfica Laranja mecânica (1971)
Visualizar/ Abrir
Data
2021-10-05Primeiro membro da banca
Dockhorn, Gilvan Odival Vieiga
Segundo membro da banca
Quinsani, Rafael Hansen
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Laranja mecânica, o filme lançado em 1972, dirigido e roteirizado por Stanley Kubrick, é uma adaptação da obra literária de Anthony Burguess, com o mesmo nome, escrita em 1961. A obra cinematográfica aborda uma sociedade distópica que alerta, diversas problemáticas de uma possível decadência social. O filme trata de um grupo de jovens que gosta de sair durante as noites para realizar furtos e outros delitos. O líder deste grupo é chamado de Alex, personagem principal da trama. Em dado momento, Alex é preso, sendo sentenciado a quatorze anos de prisão por assassinar uma mulher; no presidio, o rapaz deseja se ver rapidamente livre e, para isso, aceita submeter-se a um tratamento ainda experimental. Após participar do experimento médico, chamado “Método Ludovico”, e ter sua pena reduzida, ele é liberto de seu cárcere, porém, os efeitos colaterais do tratamento demonstram ir além do esperado por Alex. Com ênfase na narrativa cinematográfica e na conjuntura histórica da década de 1960, abrangendo, também, de maneira breve, décadas anteriores e posteriores, o presente estudo busca compreender as relações entre História, Cinema, Ficção e as possíveis ligações da obra cinematográfica “Laranja mecânica” dentro do contexto da Europa e dos Estados Unidos, bem como da Ditadura Civil-Militar Brasileira de 1964. Esta pesquisa, por conseguinte, tem como objetivo, compreender como se demonstram no filme as representações relacionadas à sociedade que produziu a obra, bem como compreender as possíveis interligações com o período Pós-Golpe de 1964 no Brasil, por meio de documentos encontrados online, à maneira a qual Alex se apresenta como um personagem estético. A pesquisa aborda, além disso, as ações de uma operação militar no período da Ditadura Civil-Militar brasileira, com Manoel Conceição Santos, intitulada “Operação Búfalo”. Para a abordagem metodológica do filme, junto aos ensinamentos de análise fílmica propostos por Francis Vanoye, Anne Goliot-Lété, Laurent Jullier e Michel Marie, é possível perceber que o filme analisado, além de uma narrativa ficcional, relaciona-se em diversos âmbitos com a conjuntura da sua época de produção, bem como apresentando os anseios da Sociedade Ocidental do período de produção da obra. Já para a realização da abordagem historiográfica, conforme cita John W. Creswell, em sua obra “Investigação qualitativa e projeto de pesquisa (2014)”, o trabalho se desenvolve em um método de pesquisa qualitativo, partindo de um estudo de caso. Deste modo, diversos autores, de diferentes áreas de estudo das Ciências Humanas, serão incorporados ao longo do texto. O autor é vinculado a linha de pesquisa Cultura, Migrações e Trabalho, no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: