Vivências da maternidade em casos de toxoplasmose congênita e pós-natal
Resumo
Em 2018, um surto na região de Santa Maria/RS desencadeou diversos casos de toxoplasmose gestacional, congênita e pós-natal, com risco de intercorrências orgânicas para as crianças, o que pode afetar o desenvolvimento psicológico da mãe e do bebê durante o período gestacional e após o nascimento. Assim, este estudo de caráter clínico-qualitativo buscou compreender a vivência da maternidade em casos de bebês com toxoplasmose. Participaram 5 mães de bebês com diagnóstico de toxoplasmose congênita ou pós-natal. A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas e observação de Indicadores de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI). As informações foram submetidas a Análise de Conteúdo e os resultados foram agrupados em quatro categorias: 1) os choques da vivência da maternidade com toxoplasmose; 2) o sofrimento da vivência da maternidade com toxoplasmose; 3) o vínculo mãe-bebê e as diferentes formas de significar a experiência da maternidade com toxoplasmose; 4) possibilidades de superação das dificuldades da maternidade com toxoplasmose e importância das redes de apoio. Destaca-se que, apesar das dificuldades impostas pela doença, a vinculação mãe-bebê foi bem-sucedida, de modo que a toxoplasmose não impediu o bom relacionamento entre as mães e seus filhos. As redes de apoio relativas à assistência em saúde, ao suporte familiar e ao exercício da espiritualidade e da religiosidade foram fatores importantes para a superação das dificuldades trazidas pela doença. Conclui-se acerca da importância da capacitação dos profissionais para compreender as peculiaridades dos casos que têm suas vivências atravessadas pela toxoplasmose, proporcionando um acolhimento afetivo e efetivo.
Coleções
- TCC Psicologia [93]
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