Resiliência na população transgênero: uma revisão sistemática
Resumo
A população transgênero (trans) encontra-se em caráter de vulnerabilidade, sendo exposta à diversas situações estressoras de violência e estigmatização. Apesar de divergências acerca de sua definição, a resiliência parece constituir fator protetivo frente a estressores podendo contribuir para promoção de saúde mental em indivíduos trans. O presente estudo buscou analisar publicações nacionais e internacionais acerca da resiliência na população transgênero, a fim de sintetizar o que foi investigado na literatura sobre o tema. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática da literatura por meio das palavras-chave “psychological resilience” AND “transgender persons” em cinco bases de dados, sendo três nacionais (ScieELO, PePSIC e BVS) e duas internacionais (PubMED e PsychINFO). Foram inclusos na amostra final artigos completos que apresentassem resultados relevantes acerca de resiliência e que possuíssem amostra de participantes composta exclusivamente por pessoas transgênero, obtendo-se amostra final de 11 artigos. Constatou-se a ausência de estudos nacionais acerca da temática, grande variabilidade de definições para resiliência e a quase totalidade de amostras provenientes dos Estados Unidos e Canadá. O modelo de “estresse de minoria” de Meyer (2003) foi relacionado à resiliência em grande parte da amostra, a qual também evidenciou a importância dos relacionamentos sociais enquanto fonte de resiliência frente à estressores e situações de violência. Outras variáveis citadas foram a idade como promotora de desenvolvimento da resiliência, a estabilidade emocional e a autoestima. Sugere-se maior investigação do fenômeno em âmbito nacional, considerando a dificuldade de generalização dos resultados devido a diferenças culturais, bem como novas revisões mais abrangentes em diferentes bases de dados.
Coleções
- TCC Psicologia [93]
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