A experiência de mães de bebês nascidos prematuros que passaram por internação em UTIN
Resumo
O nascimento do primeiro filho constitui-se como um momento crucial no ciclo de vida de muitas famílias. Quando essa experiência é atravessada pelo contexto da prematuridade e há necessidade de internação em UTIN, muitas mães deparam-se com um conjunto de novos desafios e o comprometimento de algumas expectativas quanto ao processo de tornar-se mãe. Nesse sentido, a presente pesquisa buscou compreender a experiência de mães que tiveram seus bebês prematuros e hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Participaram do estudo sete mães de bebê com idades entre 7 meses e 5 anos no momento da coleta de dados. As mães tinham idade entre 27 e 38 anos e residiam em diferentes regiões do país. O estudo caracterizou-se como qualitativo, de caráter descritivo exploratório. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário sociodemográfico e uma entrevista semiestruturada, ambos realizados de forma online. A partir da transcrição das entrevistas e submissão à análise de conteúdo, foram definidas seis categorias: (1) Gestação: Inseguranças e Intercorrências; (2) O Parto Inesperado e a UTIN: O Sentimento de Irrealidade e Medo; (4) A UTIN e possibilidades de interação mãe-bebê; (4) Atenção à mãe durante a hospitalização do filho; (5) Estreando a Maternidade – tornar-se mãe após alta da UTIN; (6) O cuidado após hospitalização: a relação mãe-bebê em casa. Os resultados demonstraram que as mães sentiam-se pouco preparadas para o momento do parto, desencadeando frustração, medo e culpa pelo nascimento prematuro, bem como sensação de impotência frente a necessidade da internação em UTIN. Durante o período de internação, foi possível identificar que as mães perceberam-se como pouco participativas nos cuidados de seus bebês, sentindo-se destituídas da sua maternidade até o momento da alta hospitalar, quando assumiram a responsabilidade por seus filhos novamente. Ainda, durante a hospitalização, destacou-se a restrita atenção e cuidado dirigido à mãe por parte das equipes, dificultando sua permanência na unidade, sentindo-se sozinhas e pouco importantes no acompanhamento de seus bebês. Desse modo, reforça-se a importância de mais estudos relacionados a essa temática, na tentativa de ampliar o cuidado a família no contexto da hospitalização do recém-nascido prematuro.
Coleções
- TCC Psicologia [93]
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