Compostos voláteis como sedativos, anestésicos e antinociceptivos em peixes
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Data
2020-02-18Primeiro coorientador
Baldisserotto, Bernardo
Primeiro membro da banca
Ourique, Aline Ferreira
Segundo membro da banca
Barcellos, Leonardo Jose Gil
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Produtos naturais representam uma fonte de novos medicamentos, na última década, óleos essenciais vêm sendo investigados como anestésicos e sedativos para peixes. Entretanto o desenvolvimento de antinociceptivos é pouco estudado, assim como a utilização de peixes como modelo animal. Ainda, os óleos essenciais são pouco utilizados na prática como anestésicos para peixes e isso pode estar ligado às suas limitações físico-químicas. Neste sentido, a nanotecnologia pode ser utilizada para proteger e facilitar a dispersão em água destes compostos. Logo, objetivamos aprimorar o uso de compostos voláteis como agentes anestésicos e sedativos e antinociceptivos como promotores de bem-estar em peixes. Para isso, padronizamos um método nociceptivo com o jundiá (Rhamdia quelen) com três diferentes algógenos, ácido acético 15 % (3μL), formalina 1 % (10 μL) e mentol 0,5 % (1 μL). Adicionalmente, devido a atividade anestésica/sedativa do óleo essencial de Nectandra grandiflora, foi proposta a avaliação da atividade antinociceptiva, assim como do linalol. Além disso, desenvolvemos uma formulação de nanoemulsão com este óleo essencial e avaliação da atividade anestésica e sedativa por banho de imersão, assim como sua toxicidade em tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). As análises químicas foram realizadas por cromatógrafo gasoso acoplado a espectrometria de massas e detector de ionização em chama. O comportamento tipo-nociceptivo do jundiá foi verificado em dez parâmetros locomotores e revertido com morfina (5 mg/kg) e antagonizado pelo pré-tratamento com naloxona (5 mg/kg). Entretanto, apenas o ácido acético induziu o comportamento tipo-nociceptivo no parâmetro de velocidade máxima. Diante disto, realizamos o tratamento dos peixes com os compostos voláteis apenas frente a ao ácido como algógeno e verificamos a fraca atividade do óleo essencial (10 mg/kg). O linalol (50 mg/kg) apresentou forte atividade antinociceptiva ao reverter todos os parâmetros de atividade locomotora, com mecanismo da atividade ligado aos receptores opioides. Em um segundo momento, através do processo de emulsificação espontânea desenvolvemos uma formulação com o óleo essencial de N. grandiflora que protegeu e diminuiu os efeitos adversos, sendo seguras a concentração de 100 mg/L como anestésico e 30 mg/L para sedação de tilápias. A utilização de duas espécies de peixes abrange não só o comportamento tipo-nocioceptivo outrora desconhecido em Rhamdia quelen, mas também uma nova alternativa farmacológica para sedação e anestesia de O. niloticus. Desta forma, o novo modelo experimental proposto para nocicepção com jundiá demonstrou especificidade, já que foi possível observar a reversão do comportamento tipo-nociceptivo para o linalol e a morfina, que possuem atividade analgésica descrita. Em suma esta dissertação colabora para pesquisas que visam aliar o conhecimento nanotecnológico com compostos voláteis no desenvolvimento de medicamentos anestésicos mais eficazes e com menores efeitos adversos.
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