Cabeça debaixo da terra: escrita literária e saúde em Lima Barreto
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Data
2021-12-02Primeiro coorientador
Corrêa, Guilherme Carlos
Primeiro membro da banca
Brasil, Luiz Antonio de Assis
Segundo membro da banca
Nascimento, Rogerio Humberto Zeferino
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este trabalho apresenta uma experiência ficcional a fim de denotar perspectivas sobre a relação da
Escrita Literária e da Saúde na obra e vida do escritor Lima Barreto, principalmente a partir do romance
Clara dos Anjos. Nesse sentido, me utilizo de suportes da Crítica Literária e da Saúde Mental, a fim de
questionar a relação do Ressentimento dentro do binômio Saúde/Doença demonstrado pelo filósofo
Nietzsche. Partindo de marcas na biografia e na obra do escritor de Triste Fim de Policarpo Quaresma,
tento abrir campos interpretativos pela via da ficção como proposta possível de reelaboração da História
para além da crítica, acentuado um caráter de libertação de certos conceitos que emparedam um autor
dentro de determinadas linhas de pensamento e pesquisa, mas principalmente reescrever uma das
possíveis saídas para a personagem negra, Clara dos Anjos, a fim de pensa-la na contemporaneidade
dentro da História das mulheres negras. Para tanto, levanto a ideia nitzscheana de Ressentimento como
processo necessário para enxergar a doença psíquica e social que envolve o drama pós-escravidão, e
assim criar meios de libertação, escrevendo uma saúde em concomitância com a doença, se servindo do
percurso doentio de um corpo e pensamento para gerar um novo sistema imunológico. Como método,
preteri dispor os personagens em contato com parte da História do Brasil, da Inconfidência Mineira aos
Hospícios, me servindo da investigação que o escritor Lima Barreto fez em sua época, de
questionamento da Inteligência a sua volta, seja na sua geração Literária, na Ciência ou na Medicina.
Demonstro esses pontos me auxiliando da relação Literatura/ Saúde de Gilles Deleuze, em que ele
aproxima o escritor a uma espécie de médico da sociedade, assim como em Nietzsche, que não opõe
saúde/doença, mas vê a necessidade do jogo de ambos para a constituição do corpo vital. Como
estratégia temporal crio um fio histórico de 1900 a 2022, do jovem Lima Barreto ao Centenário de morte
do escritor, para dar linhas de continuidade às formulações científicas e artísticas do início do Século
XX.
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