Caracterização da nocicepção em um modelo de dor do câncer de mama e avaliação da participação do receptor TRPA1 neste modelo em camundongos fêmeas
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Date
2021-08-27Primeiro membro da banca
Cabrini, Daniela de Almeida
Segundo membro da banca
André, Eunice
Terceiro membro da banca
Silveira, Paulo Cesar Lock
Quarto membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
Metadata
Show full item recordAbstract
O câncer de mama pode causar metástase óssea, contribuindo para a dor dos pacientes. Ainda existe uma parcela dos pacientes com câncer de mama que apresentam tratamento inadequado para a dor. Os mecanismos associados à dor do câncer são ainda incertos, sendo que diversos canais iônicos parecem estar envolvidos na transdução de estímulos nocivos. O receptor de potencial transitório anquirina 1 (TRPA1) é um sensor à estímulos nocivos, como o isotiocianato de alila (AITC) e o peróxido de hidrogênio (H2O2). Este trabalho teve como objetivo caracterizar a nocicepção em um modelo de dor do câncer de mama com metástase óssea e avaliar o envolvimento do receptor TRPA1 neste modelo. As células 4T1 (104) foram inoculadas na quarta glândula mamária de camundongos BALB/c fêmeas; após, foi realizada uma curva de tempo para observar o desenvolvimento de alodínia mecânica e ao frio, e alteração no escore facial. Para determinar a presença de metástase óssea, realizou-se o teste clonogênico metastático e avaliação dos níveis séricos de cálcio. Aos 20 dias após a indução do tumor, o efeito antinociceptivo de diferentes analgésicos (paracetamol, naproxeno, codeína ou morfina), de um agonista canabinoide (WIN 55,212-2), de antagonistas TRPA1 (via oral de forma aguda e repetida e intraplantar), da administração intratecal de um oligonucleotídeo antisentido (AS) para o TRPA1, de um antioxidante (ácido -lipoico), foram testados. Foi testado a ação da administração repetida de um antagonista. Foi realizada a dosagem de H2O2 e atividade da NADPH oxidase e superóxido dismutase (SOD), e a expressão do receptor TRPA1. A metástase óssea foi confirmada pelo ensaio clonogênico e a hipercalcemia foi observada 20 dias após a inoculação das células. A administração de paracetamol, naproxeno, codeína, morfina, WIN 55,212-2, antagonistas TRPA1 (HC-030031 ou A967079), oligonucleotídeo antisentido, ácido -lipoico tiveram efeito antinociceptivo. O tratamento com doses repetidas utilizando um antagonista do TRPA1 também teve efeito antinociceptivo. A injeção intraplantar do agonista TRPA1 (AITC) causou hiperalgesia química 20 dias após a inoculação das células 4T1. No entanto, não ocorreu aumento da expressão do TRPA1 no osso. A atividade das enzimas SOD e NADPH oxidase e os níveis de H2O2 foram aumentados na pele da pata, no nervo ciático e no tecido ósseo 20 dias após a inoculação das células 4T1. O teste de viabilidade celular mostrou que o antagonista do TRPA1 (HC-030031) e o composto antioxidante não diminuíram a viabilidade celular, enquanto o paclitaxel diminuiu significativamente. As células da linhagem 4T1 não expressam o TRPA1. Pela técnica SAR as células 4T1 não tem expressão proteica à nível transcricional do TRPA1 e nem os osteoblastos e osteclastos das linhagens estudadas. Não há expressão proteica e a nível transcricional de TRPA1 em tecido ósseo de camundongos, entretanto existem evidências da presença de TRPV4 a nível transcricional. Assim, este modelo de dor do câncer pode ser uma forma confiável para observar os mecanismos da dor induzida por câncer de mama com metástase óssea ou para observar a eficácia de novos compostos analgésicos e novos mecanismos analgésicos. Além disso, o TRPA1 é um importante alvo para o estudo da dor do câncer e desenvolvimento de novos tratamentos farmacológicos para a dor do câncer.
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