A experiência de uma morte parental em famílias com crianças
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Data
2022-03-18Primeiro membro da banca
Luna, Ivânia Jann
Segundo membro da banca
Smeha, Luciane Najar
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A partir de um olhar sistêmico, o presente estudo objetivou compreender a experiência de famílias com crianças que vivenciaram uma morte parental. De modo especial, buscou conhecer a experiência do luto familiar após a morte de pais de crianças e compreender, a partir narrativa familiar, a construção infantil de significados para a morte e para pais falecidos. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, com caráter descritivo-exploratório e delineamento de estudo de casos coletivos. Participaram do estudo três famílias com crianças de 7 a 10 anos que haviam perdido o pai ou a mãe. Os instrumentos utilizados com os adultos responsáveis pela família foram a Entrevista Narrativa, Entrevista do Genograma e uma Entrevista sobre a Morte Parental em Famílias com Crianças, aplicada de forma semiestruturada. Já a entrevista com as crianças foi realizada a partir da técnica do Desenho da Família com Estória (DF-E). Os dados provenientes foram submetidos à Análise de Conteúdo. Os principais resultados encontrados deram origem a dois artigos, denominados: “A experiência de famílias com crianças que vivenciaram uma morte parental” e “Narrativas sobre a morte: Um olhar para a criança e a família após uma morte parental”. Os resultados ressaltam a importância da reconstrução de papéis e funções para o seguimento da rotina familiar e da inclusão do cuidador falecido na narrativa da criança e na história familiar. As famílias demonstraram percepções diferentes acerca da presença de um vínculo contínuo com a mãe ou pai falecido e dos significados dessa morte em suas famílias. O compartilhamento do luto e as construções de significados foram atravessados por conflitos que os atuais cuidadores tiveram com os falecidos e pelas dúvidas sobre o que deveria ser dividido com a criança ou preservado dela. Ainda, os adultos buscaram apoio profissional para o manejo com as crianças enlutadas, demonstrando o cuidado com o(a) filho(a) como primordial e seus próprios sofrimentos como secundários. De forma geral, os significados atribuídos pelas crianças à morte do pai ou mãe corresponderam à maneira com que suas famílias o fizeram, porém, foram salientados alguns descompassos entre as narrativas dos adultos e das crianças. As crianças não demonstraram perceber o mesmo espaço de diálogo que os adultos referiram, guardando para si alguns sentimentos e dúvidas sobre os pais falecidos. Por fim, notou-se a necessidade das crianças em serem ouvidas sobre suas compreensões e dúvidas, havendo espaço para a constante recriação de significados a respeito desse período desafiador para si mesmas e para o sistema familiar. Considera-se relevante ampliar o conhecimento sobre a experiência de famílias com crianças que tiveram perdas significativas, bem como, proporcionar mais espaços de discussão que propiciem a elaboração de narrativas e construções de significados sobre a morte e a vida.
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