Perfil de enfermeiras(os) acerca das práticas integrativas e complementares e o cuidado às pessoas com hipertensão arterial: estudo de métodos mistos
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Data
2022-03-24Primeiro coorientador
Dallegrave, Daniela
Primeiro membro da banca
Corcini, Laís Mara Caetano da Silva
Segundo membro da banca
Piexak, Diéssica Roggia
Metadata
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O objetivo geral é analisar o perfil educacional e profissional de enfermeiras(os) acerca das práticas integrativas e complementares em saúde e compreender como elas(es) as utilizam no cuidado às pessoas com hipertensão arterial. Trata-se de uma pesquisa de métodos mistos, explanatória sequencial (notação QUAN-qual), vinculada a um projeto multicêntrico com fomento CNPq, desenvolvida com enfermeiras(os) de Santa Catarina. Realizada de 16/06/2021 a 15/10/2021, a etapa quantitativa foi transversal, por meio de questionário virtual. Os dados foram analisados no software SPSS® 26.0 e Epi Info™ 7.2, de forma descritiva e inferencial. A medida de associação foi a razão de prevalência (intervalo de confiança 95% e significância p ≤0,05). Os testes utilizados foram: Qui-quadrado, Teste de Fisher (para amostras menores do que cinco em cada subcategoria), T de Student (se variável independente era contínua, a variável dependente categórica e os desvios-padrão verificaram-se iguais (sem diferença estatística)). A etapa qualitativa foi realizada de 01/11/2021 a 20/12/2021 por meio de entrevistas virtuais semiestruturadas e construção de narrativas com enfermeiras(os) com formação em práticas integrativas e complementares e, que as utilizam no cuidado às pessoas com hipertensão, selecionadas por sorteio nas sete macrorregionais de saúde. A análise foi participativa com as devolutivas das narrativas. Os preceitos éticos foram seguidos. Responderam ao questionário 386 enfermeiras(os), destas, 142 possuem formação em práticas integrativas e complementares e, 76 utilizam as mesmas em suas rotinas de trabalho e, com maior frequência na Atenção Primária à Saúde. Predominaram mulheres, brancas, católicas, casadas, atuando como servidoras públicas em uma jornada de 40 horas semanais, com renda individual de três a quatro salários mínimos, formadas(os) como enfermeiras(os) há mais de 60 meses. A maioria teve a primeira formação em práticas integrativas e complementares de 2013 a 2022, prevalecendo nas pessoas que tinham pós-graduação quando comparadas com enfermeiras(os) que tinham apenas a graduação (p=0,003). 55 enfermeiras(os) referiram utilizar as práticas integrativas e complementares no cuidado às pessoas com hipertensão, objetivando o equilíbrio integral, com efeitos na ansiedade, estresse, sono e repouso. Para a crise hipertensiva, percebe-se um destaque para a técnica de sangria da auriculoterapia. Nas narrativas das(os) 18 entrevistadas(os), evidenciou-se movimentos individualizados, investimento financeiro pessoal para a formação, prevalecendo a auriculoterapia. O perfil educacional e profissional acerca das práticas integrativas e complementares é semelhante ao perfil geral de enfermeiras(os), contudo, com foco no cuidado integral. Compreende-se que as práticas integrativas são utilizadas no cuidado às pessoas com hipertensão de forma incipiente, tendo em vista o potencial como recurso no cuidado de enfermagem. A pesquisa contribui compondo as evidências já disponíveis e fortalecendo o papel das(os) enfermeiras(os) nas práticas integrativas e complementares. Tais achados podem fornecer subsídios à construção de parâmetros mínimos para a formação de enfermeiras(os) em práticas integrativas e complementares, auxiliando na elaboração de resoluções para o exercício profissional compatíveis com a realidade, assim como contribuir na elaboração de protocolos para prática profissional. Também podem possibilitar a definição de critérios para suplementação da formação, por meio de estratégias de educação permanente em saúde, visando a incorporação das melhores evidências científicas vigentes.
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