Intervalos de referência para exames laboratoriais de cães da região de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
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Data
2022-03-18Primeiro coorientador
Andrade, Cinthia Melazzo de
Primeiro membro da banca
Sobroza, Ânderson Oliveira
Segundo membro da banca
Valle, Stella de Faria
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Valores de referência para exames laboratoriais são aqueles considerados normais esperados em animais saudáveis, e que podem ser utilizados na interpretação de resultados de testes laboratoriais. Interpretar os resultados de exames laboratoriais utilizando intervalos de referência inadequados pode resultar em conclusões errôneas. Dessa forma, é desejável estabelecer intervalos de referência locais ou próprios para melhorar a interpretação e auxiliar na decisão clínica. O objetivo deste trabalho foi determinar os valores de referência para hemograma e analitos bioquímicos séricos compreendendo alanina aminotransferase, ureia, fosfatase alcalina (FA), proteína total, globulina, albumina e creatinina, para cães jovens e adultos, bem como para a concentração de creatinina de acordo com o porte. Também foi comparar os analitos estudados entre jovens e adultos e entre os portes para a concentração de creatinina. Foram revisados 994 prontuários de cães saudáveis atendidos no Hospital Veterinário Universitário para doação de sangue ou procedimento cirúrgico eletivo, correspondentes aos anos de 2015 a 2021 e, destes, selecionados 250. Os dados foram submetidos à análise estatística, os outliers foram removidos e os intervalos de referência calculados com intervalo de confiança de 90% (IC), por meio do programa Reference Value Advisor, de acordo com as recomendações da Sociedade Americana de Patologia Clínica Veterinária (ASVCP). Para a comparação dos analitos entre jovens e adultos e concentração de creatinina entre os portes foram utilizados programas estatísticos específicos. Realizou-se também a comparação não estatística entre os resultados obtidos e os IRs propostos na literatura. Houve diferença significativa (p>0.05) entre jovens e adultos para contagem de linfócitos e atividade da FA sérica, maiores em cães jovens; e concentração de globulinas, proteínas plasmáticas e séricas totais, maiores em adultos. A comparação entre os portes demonstrou que cães de pequeno porte apresentam concentrações inferiores de creatinina (p>0.05) em relação aos portes médio e grande. O limite superior dos intervalos de referência para eosinófilos e FA foram considerados de relevância em comparação com o amplo intervalo para a espécie canina presente na literatura. Os achados encontrados podem ser atribuídos à maior estimulação antigênica e osteoblástica nos animais jovens, associados ao aumento de globulinas em animais adultos. A diferença de creatinina pode ser atribuída à menor massa muscular em cães pequenos. O aumento da contagem de eosinófilos foi atribuído à parasitose ou a características da população. Conclui-se que o número de linfócitos e atividade de FA foram maiores em cães jovens e a concentração de proteínas séricas, totais e globulinas foi superior em adultos; a concentração de creatinina foi inferior em animais de pequeno porte; a população estudada apresenta características próprias ainda não representadas em outros estudos, com maiores valores para eosinófilos e atividade FA na população de cães adultos e jovens saudáveis. Dessa forma, os IRs propostos neste estudo para a espécie canina de acordo com a idade e o porte, podem ser utilizados na rotina clínica e cirúrgica na região de Santa Maria - RS, Brasil.
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