Infecção por Sarcocystis spp., Toxoplasma gondii e Neospora caninum em aves: ocorrência e detecção molecular
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Data
2022-02-18Primeiro membro da banca
Camillo, Giovana
Segundo membro da banca
Santos, Helton Fernandes dos
Terceiro membro da banca
Portella, Luiza Pires
Quarto membro da banca
Braüning, Patrícia
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As aves podem ser infectadas por parasitas dos gêneros Sarcocystis, Toxoplasma e Neospora, pertencentes ao filo Apicomplexa. O hábito de alimentarem-se diretamente do solo aumenta a probabilidade de ingestão de oocistos, sendo importantes sinalizadores dos parasitas que estão contaminando o ambiente. No ciclo biológico podem ser consideradas hospedeiras intermediárias e quando predadas tornam-se fonte de infecção para os hospedeiros definitivos. Embora estudos demonstram que as aves podem ser infectadas por estes parasitas inúmeras espécies continuam sem diagnóstico e a participação no ciclo biológico desses parasitas não está totalmente esclarecido. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência e detectar a presença de DNA de Sarcocystis spp., Toxoplasma gondii e Neospora caninum em amostras de tecido de aves naturalmente infectadas. Para isso, as aves recebidas no Laboratório Central de Diagnóstico de Patologias Aviárias (LCDPA-UFSM) foram necropsiadas e realizada a coleta de amostra de tecido (cérebro, coração e músculo do peito). Os animais eram de cativeiro, vida livre e domésticas e morreram por causas variadas. Posteriormente, no Laboratório de Doenças Parasitárias (LADOPAR-UFSM) foi realizada a extração de DNA das amostras de tecido, amplificação pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) do gene 18S rRNA para Sarcocystis spp., gene NC5 para N. caninum e gene repetitivo 529 pares de bases para T. gondii. As amostras positivas foram purificadas, sequenciadas e comparadas com as sequências depositadas no GenBank. Esta tese foi organizada em dois capítulos conforme a disponibilidade de amostras de tecido de aves para pesquisa dos parasitas. No capítulo 1, foram coletadas amostras de tecido de 65 aves (65 cérebros e 65 corações) de cativeiro, vida livre e domésticas e analisadas para Sarcocystis spp., T. gondii e N. caninum. DNA de Sarcocystis spp. foi detectada em três aves (03/65 - 4,62%), em cérebro de Nymphicus hollandicus, cérebros e corações de Amazona aestiva e Paroaria coronata. O DNA de T. gondii não foi detectado em nenhum tecido. O DNA de N. caninum foi detectado em duas aves (02/65 - 3,07%), em amostra de cérebro de Rupornis magnirostris e em amostras de cérebro e coração de Dendrocygna bicolor. Não foram observadas infecções mistas. No capítulo 2, foram coletadas amostras de músculo do peito de 89 aves de cativeiro para pesquisa de membros do gênero Sarcocystis. Do total, em cinco (5,61%) as sequências amplificadas exibiram 100% de identidade com DNA de Sarcocystis spp., detectadas no músculo do peito de Cyanoliseus patagonus (1), Psittacula krameri (1), Pyrrhura frontalis (2) e Ramphastos dicolorus (1). A expansão da diversidade de espécies hospedeiras naturalmente infectadas analisadas através do desenvolvimento de métodos moleculares levou à detecção de membros dos gêneros Sarcocystis e Neospora em diferentes espécies de aves, demonstrando que provavelmente elas estão envolvidas na epidemiologia destes parasitas.
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