Determinação multiclasse de agrotóxicos em camas biológicas empregando cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas
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Data
2022-02-14Primeiro membro da banca
Kunz, Simone Noremberg
Segundo membro da banca
Gebler, Luciano
Metadata
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Os agrotóxicos são mundialmente empregados na produção agrícola de diferentes culturas a fim de evitar perdas na produção devido ao ataque de pragas e doenças. Devido ao aumento na produção de alimentos e, consequentemente o uso de agrotóxicos, cresce a preocupação com a destinação correta de seus resíduos. Assim, a partir de 1990 começaram a ser desenvolvidas camas biológicos a fim de reduzir a contaminação por derramamentos acidentais durante o preparo da calda e na lavagem de pulverizadores. A biomistura, composta por solo, palha e turfa, que compõe as camas biológicas é a principal responsável por reter e biodegradar os agrotóxicos. Dentre as diferentes classes de agrotóxicos existentes, os herbicidas representam um grande percentual (59,56%) dos princípios ativos mais vendidos no Brasil. Portanto, o principal objetivo deste estudo foi desenvolver e validar dois métodos de extração para determinação de agrotóxicos. Um método multiclasse, composto por cinco classes distintas de herbicidas, além de uma classe de inseticida e um método individual, para os herbicidas da classe das imidazolinonas, na biomistura que compõe as camas biológicas e sua determinação empregando HPLC-MS/MS. Também objetivou-se avaliar a eficiência das camas biológicas através da contaminação de reatores, com os princípios ativos em estudo e verificar sua degradação ao longo do tempo com coletas e posterior análise. No estudo de validação, foram avaliados os critérios de linearidade, faixa linear, efeito matriz, limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ), precisão, precisão intermediária e exatidão. Para os agrotóxicos do método individual, do imazapique e imazetapir, os limites de detecção (LD) e quantificação (LQ) foram de 12,5 μg kg -¹ e 20 μg kg -¹ respectivamente. Já para os agrotóxicos do método multiclasse, composto pelo 2,4-D, acetocloro, atrazina, diuron, dicamba e metidationa, o LD foi de 8 μg kg -¹ e
LQ de 20 μg kg -¹. O efeito matriz positivo para o método de extração das imidazolinonas ficou bem evidente através da comparação das curvas analíticas preparadas em solvente orgânico e no extrato branco da matriz, pois além da biomistura ser uma matriz complexa, o procedimento de extração apresenta uma alta variação de pH, o que influencia na coextração de interferentes. A análise de amostras de biomistura de camas biológicas contaminadas demonstrou que a maior parte (2,4-D, atrazina, diuron, metidationa) dos agrotóxicos em estudo foi degradada. A exceção foi para o imazetapir, que não foi biodegradado, possivelmente devido a sua conhecida persistência no ambiente e dependência de condições específicas para estar disponível e poder ser biodegradado. Além disso, o dicamba teve uma menor biodegradação em comparação com os demais agrotóxicos, fato que pode estar associado com possíveis interações deste com os demais agrotóxicos aplicados nas camas biológicas.
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