Traços de personalidade e adaptabilidade de carreira: o cenário da inserção da mulher em incubadoras tecnológicas da região sul do Brasil
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Data
2022-01-26Primeiro coorientador
Lopes, Luis Felipe Dias
Primeiro membro da banca
Fávero, Eliane Maria De Bortoli
Segundo membro da banca
Fialho, Camila Borges
Terceiro membro da banca
Trevisan, Marcelo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O contexto contemporâneo, caracterizado por rápidas mudanças sociais e tecnológicas e por fenômenos que aumentam as situações de risco, requer um processo de desenvolvimento de carreira mais maleável, complexo e não linear. Do mesmo modo, a personalidade é fator determinante para a aquisição de recursos de adaptabilidade de carreira, especialmente para mulheres que estão vinculadas a espaços laborais majoritariamente masculinos. Para tanto, o objetivo deste estudo é analisar, sob a perspectiva da divisão sexual do trabalho, as variáveis que influenciam a inserção da mulher no mercado de trabalho, sua carreira e personalidade em incubadoras tecnológicas da região Sul do Brasil. Sendo assim, o suporte metodológico abrange uma pesquisa de natureza descritiva e exploratória; no que se refere à natureza dos dados, caracteriza-se como pesquisa quantitativa e qualitativa. Assim, a realização da pesquisa foi subdividida em duas fases. A primeira fase é constituída pela abordagem quantitativa, aplicada pelo método de levantamento de survey. Foi aplicado, a 310 respondentes, um protocolo de pesquisa constituído de três partes: dados sociodemográficos e profissionais; o instrumento de adaptabilidade de carreira, de Savickas e Portelli (2012); e o inventário de personalidade (TIPI), de Gosling et al. (2003). A análise dos dados se deu por meio de equações estruturais. A abordagem qualitativa foi delimitada como segunda fase da pesquisa, na qual os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com base no aporte teórico, tendo sido entrevistadas 14 mulheres vinculadas ao campo da tecnologia. Como método de análise, adotou-se a técnica de análise de conteúdo dos relatos, definindo-se as categorias analíticas a priori. Os resultados encontrados indicaram que, testando a invariância de medição de modelos compostos (MICOM), demonstrou-se que as relações não apresentam diferença significativa entre os gêneros. Além disso, as 12 hipóteses levantadas tiveram relações diretas e positivas, sendo todas confirmadas, uma vez que apresentaram valor de t > 1,96 e p-valor < 0,05. As dimensões “cooperação” e “conscienciosidade” obtiveram frequências mais altas, evidenciando profissionais que prezam pela ajuda mútua no ambiente de trabalho, caracterizando-os como organizados, práticos e autodisciplinados. Os achados na fase qualitativa demonstram que os desafios para as mulheres dizem respeito à maternidade, às cobranças excessivas, à ausência de confiança, à exaustão mental e às disparidades de gênero. Família, professores e colegas de curso foram os precursores de suas escolhas para a carreira de tecnologia. Do mesmo modo, a predominância masculina e o contexto histórico-cultural também delimitam a presença feminina na tecnologia, impactando na amplitude de profissionais na área. Palestras e cursos são alguns meios utilizados para aumentar o contingencial de mulheres na tecnologia. As políticas de gestão de pessoas são realizadas de forma esporádica e não possuem programas específicos para mulheres, assim como não contemplam ascenção na carreira das mulheres. As limitações desta pesquisa se encontram na abrangência, em virtude da restrição de acesso por conta da covid-19. Para trabalhos futuros, recomenda-se ampliar a amostra e acrescentar outros construtos e instrumentos de pesquisa.
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