Análise da variabilidade de raios cósmicos galácticos devido a estruturas solares no meio interplanetário
Resumen
Medidas de intensidade de Raios Cósmicos (RC) secundários na superfície terrestre, que são oriundos de Raios Cósmicos Galácticos – RCG mostram uma série de variações causadas por efeitos terrestres e extraterrestres, ambos podendo ser periódicos e esporádicos. Dentre as causas das variações extraterrestres e esporádicas estão estruturas solares no meio interplanetário e choques associados. Quando as estruturas solares interplanetárias atingem a Terra, além de possíveis tempestades geomagnéticas, decréscimos isotrópicos dos Raios Cósmicos são observados, chamados de Decréscimos de Forbush (DF). O DF é caracterizado por um intenso decréscimo de RC formado atrás do choque de uma estrutura interplanetária. Certos tipos de decréscimos são observados antes do DF e são ditos precursores anisotrópicos relacionados com efeitos cinéticos da interação dos RC com a frente de choque. Para estudar a variabilidade isotrópica e anisotrópica dos RCG devido a estruturas solares no meio interplanetário são utilizados dados observados pelo Detector Multidirecional de Muons, DMM, localizado no Observatório Espacial do Sul - OES/CRS/CCR/INPE – MCT, (29.4°S, 53.8°W, 480 m a.n.m.), em São Martinho da Serra, RS, e pelo DMM de Nagoya, Japão. Para identificar estruturas solares no meio interplanetário são utilizadas tabelas de estruturas previamente observadas, analisando-as com dados do plasma e do campo magnético interplanetário observados pelo satélite ACE da NASA. Para verificação de tempestades geomagnéticas são utilizados dados do índice geomagnético Dst (Disturbance Storm Time). Os resultados mostram a existência de Decréscimos de Forbush na isotropia dos Raios Cósmicos Galácticos, com energia igual ou superior a 50 GeV, sendo ocasionalmente observado decréscimos anisotrópicos como o do cone de perdas.