Efeito genômico de bebidas ricas em cafeína e catequinas na modulação de marcadores oxidativos e inflamatórios associados a imunossenescência
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Date
2021-12-10Primeiro membro da banca
Nascimento, Patrícia Severo do
Segundo membro da banca
Emanuelli, Tatiana
Terceiro membro da banca
Bagatini, Margarete Dulce
Quarto membro da banca
Piccoli, Jacqueline da Costa Escobar
Metadata
Show full item recordAbstract
Introdução: O Brasil tem apresentado um envelhecimento populacional acelerado quando comparado com outros países do mundo, fato que impacta diretamente os sistemas de saúde e assistência social, pois o envelhecimento biológico está associado a disfunções que aumentam o risco de dependência, de doenças crônicas não transmissíveis, institucionalização, hospitalização e morte. Além disso, diminui a eficiência da resposta imune frente a infecção por patógenos, situação observada na pandemia Covid-19, na qual os idosos foram os mais afetados. Evidências epidemiológicas, clínicas e experimentais sugerem que o envelhecimento biológico pode ser modulado por fatores ambientais como a dieta, que parece ser capaz de atenuar alterações fisiológicas relevantes. Objetivos: Neste sentido, este estudo buscou avaliar o efeito genômico dos extratos aquosos de café, chás preto e verde, erva-mate e guaraná na modulação de marcadores oxidativos e inflamatórios. O primeiro estudo analisou a modulação inflamatória de células mononucleares do sangue periférico não ativadas (CMSPs-na), neutrófilos humanos ativados por levedura e celomócitos granulocíticos da minhoca E. fetida. O segundo estudo envolveu dois protocolos distintos. O primeiro avaliou a ativação inflamatória de CMSPs obtidas de indivíduos saudáveis antes e após a ingestão de 100mL de cada bebida, via modulação de espécies reativas (ERs). O segundo protocolo envolveu uma análise in vitro dos extratos cafeinados e das moléculas bioativas isoladas cafeína (Caf), teobromina (The) e catequina (Cat) na modulação dos genes das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPX). Resultados: Os resultados do primeiro estudo estão publicados no periódico Food and Chemical Toxicology. Imunoensaios realizados em CMSPs humanas cultivadas por 24hs mostraram que todos os extratos diminuíram os níveis das citocinas pró-inflamatórias IL-1β, IL 6, TNF-α e IFN-γ, e aumentaram os níveis da anti-inflamatória, IL-10, além de induzir uma super expressão dos seus genes. Um ensaio adicional, no qual neutrófilos humanos com e sem exposição aos extratos foram expostos a leveduras inativadas, mostrou que houve aumento na produção de armadilhas extracelulares (NETs). A análise da resposta inflamatória desencadeada em minhocas tratadas com os extratos e expostas a leveduras inativadas corroborou a hipótese de que estas bebidas melhoram a resposta imunológica na presença de patógenos sendo, porém, distinta para cada extrato, com destaque especial para a erva-mate. O segundo estudo foi submetido ao periódico Nutrition e analisou culturas de CMSPs antes e após a ingestão dos extratos, demonstrando diminuição da viabilidade e dos níveis de óxido nítrico (ON) após a ingestão. Os extratos exibiram alta similaridade na regulação dos genes antioxidantes, diminuindo a expressão dos mesmos. Conclusões: O conjunto dos resultados sugere que bebidas cafeinadas compartilham componentes bioativos nas suas matrizes químicas, e que os mesmos possuem similaridade de ação, modulando processos inflamatórios crônicos de baixo grau e aumentando a competência da inflamação aguda desencadeada por agentes patogênicos. Assim, parece que bebidas cafeinadas são atenuadoras de processos de imunossenescência associados as disfunções e DCNTs prevalentes no envelhecimento biológico.
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