Assexualidade e diversidade sexual: percepções de pessoas assexuais acerca de sua educação sexual escolar
Resumo
A assexualidade pode ser definida como um espectro no qual os indivíduos não experienciam
atração sexual, ou sentem atração com baixa frequência e/ou sob circunstâncias específicas.
Este trabalho considera a assexualidade como uma orientação sexual, em decorrência de esta
ser a perspectiva prevalente entre indivíduos assexuais e ser uma forma de legitimar sua luta
política. Ao buscar interseccionar a assexualidade com a educação, esta pesquisa volta seus
olhos para a educação sexual escolar, em razão da escola ser um dos principais espaços de
socialização, proporcionando que os alunos descubram como se vêem e são vistos pelo
mundo, assim como, as diferenças pessoais entre eles. A fim de compreender como a
educação sexual escolar ocorre no país, buscou-se discorrer sobre documentos nacionais que
norteiam os currículos escolares brasileiros. O presente estudo propôs, então, buscar a
literatura sobre a perspectiva da diversidade sexual para o ensino em educação sexual, a qual
diz respeito às diferentes formas de expressões da sexualidade, afetividades e identidades.
Frente a isto, se tem como objetivo compreender como pessoas assexuais experienciaram seu
processo de educação sexual no ambiente escolar. Esta pesquisa, de caráter qualitativo, teve
como participantes 10 pessoas que se autoidentificam como assexuais e que responderam a
um questionário online sobre assexualidade e educação sexual. Como resultados, indica-se
que a educação sexual escolar não abarcou as necessidades de pessoas assexuais, tal como a
diferenciação entre atração sexual e amorosa, e que a assexualidade nunca chegou a ser
mencionada nesses ambientes. A educação sexual dos participantes teve um viés biologicista
e heteronormativo, assim excluindo qualquer perspectiva de trabalho interdisciplinar ou sobre
diversidade sexual. Os participantes indicaram que seria necessário incluir em seu processo
educativo discussões sobre assexualidade, diversidade sexual, consentimento, conhecimento
sobre o próprio corpo e outras nuances pertinentes não apenas à assexualidade. Ainda,
constata-se que a relação entre pares no ambiente escolar no período da adolescência é um
fator importante no processo de diferenciação assexual-sexual. Além disso, a falta de
conhecimento sobre a assexualidade nesse período pode fazer com que algumas pessoas
sejam mais suscetíveis a realizarem atos sexuais com os quais não se sintam confortáveis e,
também, sintam como se algo estivesse errado consigo. Com este estudo, espera-se promover
a visibilidade da assexualidade, a sua normalização e auxiliar na construção de uma educação
mais inclusiva pautada no respeito à diversidade sexual
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- TCC Psicologia [93]
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