A alimentação saudável nas representações sociais de nutricionistas docentes do estado do Rio Grande do Sul, BrasiL
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Data
2022-06-03Primeiro membro da banca
Lozano-Cabedo, Carmen
Segundo membro da banca
Ribeiro, Celene Ataíde Cordeiro
Terceiro membro da banca
Brandão, Janaína Balk
Quarto membro da banca
Kirsten, Vanessa Ramos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A história do campo da nutrição no Brasil se constituiu com base na hegemonia da abordagem
biológica e clínica dos alimentos, que a literatura recente tem chamado de nutricionismo. Este
se caracteriza pela ênfase na composição química dos alimentos e ao superdimensionamento
do papel que determinados nutrientes exerceriam sobre a saúde. Neste sentido, emergiram no
campo da nutrição contribuições multidisciplinares que passaram a questionar o reducionismo
nutricional e a postular uma perspectiva mais sistêmica, a partir da qual a noção de
alimentação saudável passou a ser correlacionada às multidimensões da alimentação. Assim,
os objetivos desta pesquisa são identificar e interpretar se as representações sociais de
docentes de nutrição do estado do Rio Grande do Sul sobre alimentação saudável estão
pautadas pela abordagem do nutricionismo, por uma abordagem sistêmica ou em transição do
nutricionismo para a abordagem sistêmica. Buscar compreender as representações sociais
sobre alimentação saudável de docentes de nutrição se reveste de importância na medida em
que são os docentes que contribuem diretamente com o processo de ensino-aprendizagem dos
estudantes e com suas futuras práticas profissionais que, por consequência, vão impactar na
saúde da população. A pesquisa teve abordagem qualitativa e quantitativa, cujo universo foi
constituído por docentes de cinco instituições (três públicas e duas não públicas) das regiões
central, norte, sul, leste e oeste do estado. As instituições públicas foram a Universidade
Federal de Santa Maria (Campus de Palmeira das Missões), a Universidade Federal de Pelotas
(UFPel) e a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA – Campus de Itaqui). E as
instituições não públicas foram a Universidade Franciscana (UFN – Santa Maria) e
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS – Campus de Porto Alegre e São
Leopoldo). Os instrumentos de coleta de dados foram formulários (dados sociodemográficos,
questões dissertativas, fechadas e livre associação) e pesquisa documental. Já os instrumentos
de análise de dados foram: análise de conteúdo, discurso do sujeito coletivo (DSC) e
frequência de resposta e porcentagem. A pesquisa pode estar limitada em sua generalização,
pois no Rio Grande do Sul existem cerca de 24 instituições que oferecem 35 cursos de
nutrição e este estudo contemplou somente docentes de 5 universidades e de 6 cursos.
Entretanto, reiteramos sua importância, pois foi o primeiro estudo no Brasil a analisar as
representações sociais de docentes de nutrição sobre alimentação saudável no atual contexto
de difusão dos ODS e da Agenda 2030 da ONU, ademais num cenário pós-pandemia da
Covid-19. Os resultados apontam indícios consistentes de que as representações sociais de
docentes de nutrição do estado do Rio Grande do Sul estão em processo de transição do
nutricionismo para a abordagem sistêmica da alimentação saudável. Tal parece em sintonia
com os debates e discussões que se fazem notar no atual contexto da Ciência da Nutrição
brasileira, principalmente sobre a importância de considerar a noção de sustentabilidade nos
sistemas agroalimentares para as recomendações de uma alimentação saudável. Todavia,
também propicia reconhecer que ainda permanecem muitos desafios por enfrentar e superar.
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