Transferência internacional de tecnologia como mecanismo de difusão tecnológica: uma análise da economia brasileira a partir da abertura econômica da década de 1990
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Date
2022-08-11Primeiro membro da banca
Martinelli Júnior, Orlando
Segundo membro da banca
Lopes, Herton Castiglioni
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Esta dissertação trata de analisar alguns dos indicadores do processo de inovação e difusão
tecnológica (PIDT) na economia brasileira, enfatizando a transferência internacional de
tecnologias (TITec) realizada pelo país como um dos instrumentos auxiliares do
desenvolvimento econômico. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo identificar em que
medida a TITec adquirida tem contribuído para o PIDT brasileiro, por considerar que tais fluxos
são estratégicos e caminhos alternativos de curto prazo para o rompimento do estado de
dependência tecnológica da economia e emparelhamento tecnológico a longo prazo. Com o
processo de abertura da economia brasileira na década de 1990, tem-se um cenário em tese
favorável para o crescimento e desenvolvimento econômico de longo prazo, com a expectativa
de que tecnologias externas atuem como mecanismos para aprendizado e desenvolvimento
interno das próprias tecnologias por meio da reengenharia, imitação e emulação. A abordagem
baseada na teoria econômica neosschumpeteriana admite que as inovações tecnológicas são um
dos principais instrumentos de promoção do desenvolvimento econômico, da competividade
internacional e do emparelhamento econômico entre economias. Nesse contexto, a TITec é um
relevante instrumento de análise para compreensão do PIDT da economia brasileira, visto que
o país tem acesso aos canais de transferência tecnológica. Em vista disso, com base no modelo
de PIDT apresentado por Greenhalgh e Rogers (2010), o qual é subdividido em estágios, foram
inseridos indicadores(pesquisa científica, pesquisa & desenvolvimento, percentual de empresas
inovadoras, taxa de inovação, patentes, exportações de produtos e serviços com elevado grau
de intensidade tecnológica) referentes a dados brasileiros relacionados à inovação tecnológica,
dos quais se fez um exame teórico-analítico, abordando o comportamento e as implicações na
trajetória econômica brasileira no século XXI, a partir das implicações da “abertura comercial”
da década de 1990 e considerando o novo paradigma tecnoeconômico das “tecnologias
flexíveis” — benéfico para aquisições de tecnologias externas, aprendizado tecnológico e
inserção internacional. Com base nos indicadores, principalmente no balanço de pagamentos
tecnológico entre os anos de 1993 e 2019, verificou-se que a TITec como mecanismo auxiliador
do desenvolvimento econômico apresenta-se como limitada, dada uma sequência estrutural de
déficits tecnológicos. Além do mais, pode ser notado o viés de agravamento dos déficits
tecnológicos da economia brasileira, o que representa, em partes, a dependência tecnológica e
as dificuldades de gerar superávits tecnológicos — em suma, inserção e competitividade
internacional — bem como emparelhamento econômico. Desse modo, a aquisição de
tecnologias externas não tem funcionado, conforme a literatura neosschumpeteriana, como
estratégia alternativa de curto prazo para reversão do atraso tecnológico e o desenvolvimento
econômico de longo prazo.
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