Impactos neuroendócrinos e comportamentais de um inseticida à base de imidacloprid em zebrafish
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Data
2022-09-16Primeiro membro da banca
Siebel, Anna Maria
Segundo membro da banca
Bonan, Carla Denise
Terceiro membro da banca
Rico, Eduardo Pacheco
Quarto membro da banca
Kreutz, Luiz Carlos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O zebrafish é um organismo de estudo bem estabelecido para pesquisas translacionais e ecotoxicológicas. Apesar de ter seu genoma completamente sequenciado e seu comportamento e fisiologia bem relatados, existem algumas questões relativas à habitação e manejo desses animais que ainda está pouco esclarecida. Considerando as dúvidas em relação ao alojamento desses peixes, objetivamos investigar se diferentes pistas, utilizadas isoladamente ou em conjunto interfeririam no comportamento do zebrafish. Nesse estudo, detectamos que os animais possuem comportamentos distintos quando na presença de pistas isoladas e em conjunto, logo, ressaltamos a importância da descrição e detalhamento das condições de habitação dos animais. Após o desenvolvimento desse primeiro artigo, houve a ideia de se trabalhar com o imidacloprid (IMI). O IMI é um agrotóxico inseticida utilizado globalmente no tratamento de sementes e folhas de plantações como hortaliças, beterraba, algodão e fumo. O grande uso do IMI ocorre principalmente pelo seu alto potencial inseticida e baixo potencial tóxico em mamíferos, agindo como agonista nicotínico de acetilcolina específico para receptores de invertebrados. Entretanto, espécies não-alvo têm sido atingidas por esse composto, que pode causar desde a mortalidade desses animais até modificações endócrinas e fisiológicas em concentrações subletais, em sua maioria baseadas na CL50/DL50 (concentração/dose capaz de matar 50% da população testada) e em exposições crônicas ou agudas, dentro de 96 horas. Entretanto, pouco se sabe sobre o efeito que concentrações já detectadas no ambiente e em períodos mais curtos que 96 horas podem causar em organismos não-alvo. Logo, o objetivo desse trabalho foi analisar se um IBI (inseticida à base de imidacloprid) altera o comportamento, níveis de cortisol e estado redox em zebrafish em um protocolo de 30 minutos de exposição e em concentrações ambientalmente relevantes. Nesse segundo manuscrito, mostramos que o IBI foi capaz de diminuir a locomoção, o comportamento social e a agressividade dos peixes expostos, além de induzir um leve efeito do tipo ansiolítico. Ainda, observamos um aumento no cortisol corporal, carbonilação proteica e uma diminuição dos níveis de óxido nítrico na análise ex vivo. Essas mudanças in vivo e ex vivo foram identificadas em sua maioria, nos animais expostos à 0,0013; 0,013 e 0,13μg.L-1 de IBI. Todos esses desbalanços e prejuízos desencadeados pelo IBI em um período tão curto de tempo, em um contexto ambiental, podem interferir na habilidade do peixe de escapar de possíveis predadores, e consequentemente, na sobrevivência do animal na natureza.
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