Disfunção temporomandibular – validade da ressonância magnética e dos protocolos clínicos na avaliação da posição do disco articular
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Data
2022-08-22Primeiro membro da banca
Becker, Anne Buss
Segundo membro da banca
Bonjardim, Leonardo Rigoldi
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O deslocamento do disco articular é um dos principais desarranjos que acometem a
articulação temporomandibular (ATM), cujo diagnóstico é realizado por meio de imagem por
ressonância magnética (IRM). Visando maior abrangência de avaliação e diagnóstico dessa
condição, diferentes protocolos clínicos foram propostos para uso, porém a literatura
científica ainda apresenta divergências quanto à correlação dos achados de ambos os exames.
Desta forma, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática para
verificar a acurácia do diagnóstico de deslocamento do disco articular geral, com redução
(DDCR) e sem redução (DDSR) por meio de protocolos de exame clínico comparado com
IRM, e considerando a calibragem dos examinadores. Combinações apropriadas de termos
foram usadas de acordo com cada base de dados (PubMed, Cochrane (Central), Scopus, Web
of Science, LILACS, Embase e Science Direct; a literatura cinza foi pesquisada por meio de
Google Scholar e DANS EASY Archive), sem restrição de data de publicação ou de idioma.
Ainda, as listas de referência dos estudos selecionados para leitura completa foram verificadas
para identificar possíveis artigos não localizados. Dois revisores, de forma independente,
selecionaram os estudos de acordo com os critérios de elegibilidade: estudos observacionais
de diagnóstico que avaliaram o deslocamento do disco da ATM por meio de exame de IRM e
protocolo clínico. A ferramenta Quality Assessment of Diagnostic Accuracy Studies
(QUADAS-2) foi utilizada para avaliação da qualidade dos estudos selecionados. Uma
metanálise foi realizada usando o software R Statistical. Os resultados estão expressos em
sensibilidade e especificidade, e seus respectivos intervalos de confiança de 95%, e area
under the curve (AUC). Dos 55 estudos selecionados para leitura completa, 20 foram
incluídos na revisão sistemática e 17 na metanálise. Destes, 3 foram classificados com baixo
risco de viés, e os 17 restantes obtiveram um ou mais domínios considerados como risco de
viés alto ou incerto, conforme avaliação QUADAS-2. Quando comparados à IRM, os
protocolos clínicos mostraram sensibilidade e especificidade gerais para o diagnóstico de
deslocamento de disco de 0,70 (0,58-0,80) e 0,80 (0,66-0,89), respectivamente. Para o
diagnóstico de DDCR, a sensibilidade foi de 0,64 (0,48-0,77) e a especificidade foi de 0,72
(0,48-0,87). Para o diagnóstico de DDSR, a sensibilidade foi de 0,57 (0,41-0,72) e a
especificidade de 0,93 (0,83-0,97). Apenas 8 estudos relataram a calibração do examinador ao
realizar o exame clínico e/ou avaliação por IRM; no entanto, a calibração mostrou uma
tendência a melhorar o diagnóstico de deslocamento do disco. A sensibilidade e
especificidade dos protocolos clínicos no diagnóstico do deslocamento de disco estão abaixo
dos valores recomendados, assim como os estudos carecem de calibração de examinadores
clínicos e de ressonância magnética.
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