Espaço de experiência e horizonte de expectativa na atuação diplomática de Oswaldo Aranha (1934-1937)
Resumen
Este trabalho busca analisar a atuação de Oswaldo Aranha como embaixador brasileiro em
Washington, entre 1934 e 1937. Para isso, foram utilizadas as categorias metahistóricas
desenvolvidas por Reinhart Koselleck (2006): espaço de experiência e horizonte de expectativa.
Propõe-se a desagregação do conceito de horizonte de expectativa em dois: horizonte de
expectativa prognóstico, que diz respeito às previsões; e horizonte de expectativa propositivo,
que diz respeito ao planejamento formulado a partir dos efeitos dos processos previstos. A
pergunta de pesquisa é: como a conjugação entre espaço de experiência e horizonte de
expectativa influenciou na atuação diplomática de Oswaldo Aranha como embaixador do Brasil
nos Estados Unidos? Para respondê-la, foram elaborados os seguintes objetivos: 1)
compreender os horizonte de expectativa prognóstico de Oswaldo Aranha acerca dos rumos da
política e da economia internacionais; 2) compreender quais os aspectos presentes no horizonte
de expectativa propositivo do embaixador; 3) mapear os espaços de experiência pessoal e
institucional que fundamentaram tais horizontes de expectativa; e 4) analisar como a
conjugação destas variáveis influenciou na ação diplomática efetiva de Oswaldo Aranha. A
pesquisa gira em torno de dois grandes blocos metodológicos. O primeiro utiliza-se da revisão
bibliográfica, resgatando obras cuja leitura é fundamental para a compreensão do período e dos
processos analisados. O segundo bloco dialoga diretamente com as fontes documentais
primárias, reunidas, ordenadas, classificadas e operacionalizadas de modo a seu conteúdo ser
aproveitado na (re)interpretação dos processos analisados. O primeiro capítulo do
desenvolvimento trata do horizonte de expectativa prognóstico de Oswaldo Aranha acerca da
política e da economia internacionais. Nele, são apontados quatro macroprocessos antevistos
pelo embaixador: 1) o horizonte da guerra; 2) o horizonte da economia mundial; 3) o horizonte
da Boa Vizinhança; e 4) o horizonte da potência. O segundo capítulo define o conceito de
horizonte de expectativa propositivo, e tenta identificar quais elementos conformaram o de
Oswaldo Aranha. Defende-se a ideia de que o horizonte de expectativa prognóstico do
embaixador condicionou a formação de um horizonte de expectativa propositivo baseado na
convicção de que o Brasil deveria estreitar suas relações com os Estados Unidos. O terceiro
capítulo, por sua vez, busca analisar como as perspectivas presentes nos horizontes de
expectativa prognóstico e propositivo de Oswaldo Aranha, concorreram para influenciar sua
ação diplomática efetiva. Conclui-se que a atuação diplomática de Aranha foi intensamente
permeada pelas perspectivas presentes em seus horizontes de expectativa prognóstico e
propositivo. Isso pode ser explicado, em parte, pelo alto grau de autonomia que o embaixador
detinha sobre suas ações, muitas vezes utilizando do contato direto com Vargas para ir contra
posicionamentos e perspectivas do Itamaraty.
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