O corpo feminino enquanto commodity de exportação filipina: o caso das empregadas domésticas
Resumo
A migração de trabalhadoras domésticas a partir das Filipinas é um fenômeno que
concretiza-se como parte majoritária do fluxo migratório do país desde 1970. A partir do
governo ditatorial de Marcos no país, o papel do Estado em regular e incentivar a emigração
com fins de trabalho tornou-se institucionalizada e gerou avanços tanto em processos de
proteção de migrantes quanto de abertura de novos mercados para seu trabalho. Dentro deste
processo objetiva-se entender o papel do Estado filipino na regulação/incentivo à migração de
trabalhadoras domésticas. Como hipótese principal consta dessa atuação ser pautada por
princípios paternalistas em contradição aos objetivos econômicos neoliberais, com o corpo
feminino sendo o principal objeto desta relação. O método utilizado é o estudo de caso, no
qual realiza-se revisão bibliográfica e análise documental para fins de testar a hipótese
aventada. A partir disso, percebe-se significativa produção burocrática de órgãos-chave das
Filipinas com o objetivo de proteção desta categoria específica de migrantes, no entanto,
questiona-se sua efetividade e mesmo seu compromisso com a realidade. Percebem-se
também prioridades estatais a certos tipos de violência que são fruto de relações patriarcais,
como a volumosa atenção à proteção de trabalhadoras domésticas e o silêncio com relação a
trabalhadoras do entretenimento, por exemplo.
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