Festa dos ciganos nos: ritual do fogo, do pão e do vinho no T.E.U.A. Ogum das Matas e Mãe Iansã
Abstract
O objeto da nossa pesquisa se insere na área da sociologia da religião, sendo que, direcionamos nosso foco para o estudo das religiões de matriz africana predominantes no Rio Grande do Sul, entre as quais podemos salientar: o batuque, a umbanda e a quimbanda. Esta última está diretamente conectada ao objeto específico da nossa pesquisa, contudo, é necessário salientar que, apesar da quimbanda ter surgido na década de 1970 como uma religião autônoma e desvinculada da umbanda, na maioria dos casos ela não se manifesta dessa forma. Predominantemente, a quimbanda aparece vinculada à umbanda, principalmente à linha cruzada, quando se manifesta como um rito externo dedicado à expansão e ao desenvolvimento da linha dos exus e do povo da rua, sendo este o caso daquela que estamos pesquisando. A quimbanda por ter uma natureza utilitarista, que está voltada para a solução de todos os tipos de problemas, ganhou muita popularidade. Encontramos diversas casas de religião que trabalham com as três vertentes de religiosidade africana predominantes no RS, entre essas escolhemos para pesquisar uma que congrega: o Templo de Estudos Umbandistas e Afro Ogum das Matas e Mãe Iansã, o qual desenvolve a umbanda cruzada e a quimbanda; bem como, completando as religiões trabalhadas nesta terreira, também há um ilê de batuque, denominado Ilê Oba Ogun Adiolá e Yemanjá Bomi. Esta dissertação trata da festa dos ciganos que ocorreu nesta casa de religião em 24 de maio de 2019, dia consagrado à santa Sara Kali. A linha dos ciganos se manifesta na quimbanda deste complexo religioso, logo, se trata de uma festa onde entidades do povo cigano e do povo da rua se manifestam conjuntamente.