Estereótipos raciais nas animações estadunidenses e as Leis Jim Crow (1932-1941)
Resumo
Esta pesquisa objetiva dissecar alguns estereótipos na representação de pessoas
afro-americanas em animações estadunidenses da primeira metade do século XX. A questão
central deste trabalho é entender como estes estereótipos dialogavam com as leis de
segregação, também conhecidas como “Leis Jim Crow” que estiveram em vigência nos
Estados Unidos desde fins do século XIX até depois da primeira metade do século XX. O
recorte temporal escolhido (1932-1941) corresponde aos anos em que as animações que serão
analisadas estão inseridas. Um banco de dados foi criado com algumas animações
estadunidenses do início do século XX em que se verificava representações de pessoas
afro-americanas. A seleção de 3 destas animações foi realizada para permitir uma minúcia
maior na análise e o critério para eleição das animações foi escolher justamente as que tinham
maior tempo de tela onde personagens negros aparecessem. As animações selecionadas
foram: “Trader Mickey” (1932), distribuída pela Disney; “Jungle Jitters” (1938), distribuída
pela Warner Bros e “Scrub me Mama With a Boogie Beat” (1941), distribuída pela Universal
Pictures. Ademais, a fim de contextualizar o trabalho numa sociedade segregada, foram
selecionados alguns recortes de periódicos estadunidenses dentro do recorte temporal em
questão (1932-1941), que nos ajudarão a elucidar melhor o período de segregação racial. A
pesquisa objetiva articular os estereótipos raciais e as leis de segregação com os estudos
realizados por pensadores negros que refletem acerca das heranças escravistas na sociedade
estadunidense, para assim podermos destrinchar diversas ideias recorrentes racistas. Ademais,
pretende-se entender os danos que estas ideias causaram e seguem causando às pessoas
afrodescendentes, elucidando o papel do cinema e de grandes estúdios da época na
manutenção de uma ideologia racista.
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