Influência da irregularidade longitudinal de pavimentos na perda de carga no transporte de soja e nos demais custos operacionais
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Data
2022-12-19Primeiro coorientador
Bueno, Lucas Dotto
Primeiro membro da banca
Balbo, José Tadeu
Segundo membro da banca
Nascimento, Luis Alberto Herrmann do
Terceiro membro da banca
Mello, Mario Fernando de
Quarto membro da banca
Specht, Luciano Pivoto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de grãos, tendo, porém, suas principais
regiões produtoras distantes dos portos e de centros consumidores, o que gera uma alta
demanda de transporte, suprida em sua maior parte com o uso de veículos comerciais
rodoviários. Durante os deslocamentos, parte do produto acaba sendo perdida devido a sua
queda através de locais não vedados das carrocerias, em quantidade influenciada pelo nível
de vibração sofrido pela carga, relacionado à condição da superfície da via. Neste sentido, é
comum o estabelecimento entre embarcadores e transportadores de um limite de perda
considerado aceitável. Observam-se, contudo, poucas pesquisas que buscam quantificar a
real perda de grãos durante o transporte e nas que o fazem, em geral, não há a determinação
de algum parâmetro de quantificação e qualificação da condição funcional da rodovia, como
a irregularidade longitudinal do pavimento, que pode afetar a taxa de perda. Assim, esta
pesquisa teve por objetivo avaliar a influência da irregularidade longitudinal do pavimento na
perda de carga durante o transporte de grãos à granel e os impactos econômicos decorrentes.
Para tal, foi mensurada a perda de soja de caminhões em diferentes segmentos viários e
determinada a irregularidade longitudinal do pavimento nestes mesmos trajetos. Os dados
foram analisados e comparados entre si e foi obtida uma correlação entre eles. O modelo
estabelecido relaciona o nível de irregularidade longitudinal do pavimento com a perda relativa
de grãos a cada 100 km, apresentando um satisfatório ajuste estatístico, com R² de 0,95. A
correlação foi empregada em avaliações, visando determinar o impacto gerado pela perda de
grãos em diferentes níveis de irregularidade do pavimento. Para isto, foi estimado o montante
de soja transportada por caminhões no principal percurso para seu escoamento no Rio
Grande do Sul e, com o IRI do percurso e a correlação estabelecida, calcularam-se as perdas
de soja correspondentes em quantidade de produto e valor financeiro, sendo estimada uma
perda de 15,48 mil toneladas de soja neste percurso em 2021, correspondentes a R$ 47,73
milhões. Também foram estimadas perdas para cenários hipotéticos de diferentes qualidades
de rolamento nesta mesma rota, o que indicou que a manutenção da rodovia com IRI de 1,8
m/km poderia gerar uma redução de 5,8 mil toneladas nas perdas, equivalente a R$ 17,95
milhões. Para a avaliação do impacto em longo prazo, foi utilizado o HDM-4, aplicado ao
mesmo percurso viário e com o modelo de progressão da irregularidade longitudinal do
pavimento e do consumo de combustível calibrados. Consideraram-se quatro cenários de
manutenção e foi acrescentado às análises também os custos de utilização dos veículos,
sendo constatado que os custos dos usuários aumentaram 3,4% em relação aos custos
operacionais dos veículos ao englobar a perda de soja nas avaliações. Também, que os
custos com intervenções ao longo do período de análise são aproximadamente metade do
valor da soja perdida no percurso no mesmo prazo e que a manutenção da irregularidade em
níveis mais baixos (entre 1,8 m/km e 2,7 m/km) ao longo de todo o período de análises leva à
menores custos para os usuários.
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