Avaliação de risco à saúde humana decorrente do uso de agrotóxicos em municípios do noroeste do Rio Grande do Sul
Fecha
2023-01-06Primeiro coorientador
Rodrigues, Alexandre Couto
Primeiro membro da banca
Brun, Thiarles
Segundo membro da banca
Borba, Willian Fernando de
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
É estimado que pelo menos dois terços do total dos agrotóxicos conhecidos sejam utilizados na
agricultura, trazendo benefícios para o produtor rural como o aumento da produtividade,
qualidade e diminuição das pragas. Porém, apesar de terem funções importantes na produção
agrícola, a sua intensa utilização pode afetar a qualidade do solo e da água, ocasionando riscos
ecológicos e à saúde humana, especialmente no ambiente de produção rural. Com essa
preocupação, esse estudo tem por objetivo avaliar o risco à saúde humana do trabalhador rural,
causado pela utilização de agrotóxicos em 25 municípios do Noroeste do Rio Grande do Sul. A
avaliação foi realizada utilizando a metodologia de “Avaliação de riscos à saúde humana para
fins de gerenciamento de áreas contaminadas”, indicada pela ABNT NBR 16.209. As
substâncias ‘químicas de interesse utilizadas foram glifosato, dicloreto de paraquate, atrazina,
mancozebe, 2,4-D e acefato. Foi considerado como meio físico de exposição rural o solo
superficial e as vias de exposição analisadas foram contato dérmico, ingestão e inalação. Foram
considerados dois cenários de exposição, sendo um com aplicação única da substância química
de interesse no solo e outro com repetidas aplicações. Dos seis agrotóxicos citados apenas a
atrazina é considerada carcinogênica, pois possui fator de carcinogenicidade possibilitando o
cálculo do risco carcinogênico. As demais substâncias são classificadas como não
carcinogênicas, possuindo dose de referência. Por ser a única carcinogênica, a atrazina pode ser
considerada substância química de interesse mais tóxica dentre as analisadas. Entretanto, não
foi encontrado risco carcinogênico por contato dérmico ou ingestão em nenhum dos dois
cenários relacionados à aplicação de atrazina. Também não foi encontrado risco não
carcinogênico por contato dérmico ou ingestão em nenhum dos cenários. Em relação à via de
exposição de inalação de partículas de solo, foi encontrado risco carcinogênico para a atrazina
em todos os municípios nos dois cenários analisados. Na aplicação única de substâncias não
carcinogênicas foi encontrado risco à saúde relacionado ao dicloreto de paraquate em todos os
municípios, exceto Cristal do Sul. O acefato oferece risco no caso de inalação de partículas de
solo, no cenário de aplicação única, em 72,00% dos municípios. Considerando substâncias não
carcinogênicas e cenário de aplicação múltipla, foi encontrado risco de inalação pela substância
química de interesse do dicloreto de paraquate em 16,00% dos municípios. Também foi
encontrado risco não carcinogênico no caso de inalação de partículas com acefato, no cenário
de aplicação múltipla, em 44,00% dos municípios. Considerando o risco total, o município de
Tiradentes do Sul teve o maior risco total não carcinogênico no primeiro cenário de exposição
e Novo Tiradentes no segundo cenário. Vista Gaúcha teve o maior risco total carcinogênico.
Comparando os resultados obtidos nos dois cenários de exposição às substâncias químicas
avaliadas neste estudo, o segundo cenário apresenta o menor risco de danos à saúde humana,
sendo que todos os municípios possuem risco não carcinogênico e carcinogênico para a saúde
humana.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: