Impactos da carbamilação e da icterícia induzidas in vitro sobre a quantificação de parâmetros laboratoriais associados à coagulação sanguínea
Fecha
2023-01-17Primeiro coorientador
Bochi, Guilherme Vargas
Primeiro membro da banca
Silva, José Edson Paz da
Segundo membro da banca
Paniz, Clóvis
Terceiro membro da banca
Comim, Fabio Vasconcellos
Quarto membro da banca
Farias, Mariela Granero
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A hemostasia é um processo altamente regulado por proteínas pró-coagulantes e
anticoagulantes com a finalidade de manter a fluidez sanguínea dentro dos vasos e capaz de
promover a coagulação quando há dano vascular. Alterações em diferentes etapas da
hemostasia predispõem a doenças que levam a hemorragias, como nas hemofilias, ou a eventos
trombóticos e podem ser diagnosticadas através da análise de parâmetros que avaliam a
coagulação do indivíduo. Para que os resultados provenientes dos testes de coagulação sejam
realizados de forma correta, fatores de erro devem ser evitados. Interferentes como lipemia,
icterícia e hemólise são possíveis fontes que podem gerar resultados incompatíveis com a
realidade por causarem alteração na análise. Outro fator que pode afetar o resultado de análises
laboratoriais é a alteração estrutural de proteínas da coagulação. Uma dessas alterações é
proveniente da reação da carbamilação que ocorre em aminoácidos, peptídeos e proteínas,
afetando a sua função e predispondo a algumas patologias. A carbamilação ocorre no organismo
principalmente pela presença de cianato decorrente do metabolismo da ureia e da ação da
mieloperoxidase em processos inflamatórios sobre o tiocianato e pode afetar proteínas
envolvidas na hemostasia. Apesar de alguns estudos já terem sido desenvolvidos, pesquisas que
avaliem melhor a possível interferência da icterícia na determinação de D-dímero e da
carbamilação de proteínas na avaliação de parâmetros da coagulação ainda são necessários para
uma melhor avaliação do paciente e entendimento de interferentes na hemostasia. Neste
primeiro estudo, foi avaliada a interferência da icterícia na análise de D-dímero através da
adição de controle comercial de D-dímero e de diferentes concentrações de bilirrubina (0, 0,9,
1,9, 3,8, 7,5, 15 e 30 mg/dL) a amostras de pool de plasma humano, seguida da quantificação
do D-dímero por ensaio imunoturbidimétrico. A carbamilação, por sua vez, foi analisada
através da exposição de controles da hemostasia e pools de plasma a diferentes concentrações
de cianato de potássio (0, 150 nm, 150 μM e 150 mM) e ureia (0, 20, 100 e 500 md/dL) com
posterior análise dos parâmetros da coagulação: tempo de protrombina (TP), tempo de
tromboplastina parcial ativado (TTPa) e dosagem de fibrinogênio. Através dos estudos
realizados pode-se verificar que a icterícia não parece interferir na análise de D-dímero. Os
experimentos de carbamilação com KOCN demonstraram aumento significativo do TP e TTPa
e redução do fibrinogênio nos controles comerciais, enquanto que no plasma as alterações nos
testes ocorreram na concentração mais elevada de cianato, exceto para o TP, que também elevou
na concentração de 150 μM KOCN. A incubação com concentrações crescentes de ureia
prolongou o TP e o TTPa nos controles comerciais. No plasma, tal evidência só ocorreu na
concentração mais elevada de ureia. O fibrinogênio não mostrou ser afetado pela incubação
com ureia. As alterações observadas podem indicar que pacientes com processos inflamatórios
e doença renal crônica poderiam desenvolver desordens hemostáticas.
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