A atuação da mídia nos movimentos de securitização de Belo Monte
Resumen
A presente pesquisa analisa a atuação da mídia brasileira frente aos movimentos de
securitização da construção da Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte, no Pará, entre 1987 e
2019. Argumenta-se que, durante esse período, dois discursos distintos foram formados em
torno da UHE Belo Monte: o primeiro, favorável à construção da usina, era baseado na ideia
de segurança energética e do crescimento econômico; já o segundo, contrário ao
empreendimento, entendia Belo Monte como uma ameaça à vida dos povos indígenas e à
Amazônia. Nesse contexto, a investigação entende que O Globo assume o papel de audiência
nesses movimentos e, assim, estuda a atuação do jornal frente aos discursos de securitização
de Belo Monte. Para isso, utiliza como metodologia a análise de conteúdo de 32 editoriais do
O Globo. O processamento dos dados qualitativos é feito com o auxílio do software
IRAMUTEQ. A interpretação dos resultados tem como base o attributive agenda-setting,
teoria da comunicação que reúne duas perspectivas: agendamento midiático e enquadramento.
A partir do estudo, foi possível comprovar parcialmente a hipótese de pesquisa, já que O
Globo emprega uma narrativa que reforça o discurso de securitização da UHE Belo Monte em
torno da segurança energética e do crescimento econômico. Ao mesmo tempo em que
reconhece e debate o fator ambiental da obra, O Globo demanda pouca atenção a este aspecto,
considerado secundário para o veículo jornalístico.
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