Technostress e suas estratégias de enfrentamento: um olhar através das práticas sociomateriais
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Data
2023-01-23Primeiro coorientador
Corso, Kathiane Benedetti
Primeiro membro da banca
Estivalete, Vania de Fátima Barros
Segundo membro da banca
Lehnhart, Eliete Dos Reis
Terceiro membro da banca
Fleck, Carolina Freddo
Quarto membro da banca
Behr, Ariel
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente estudo tem como objetivo analisar o technostress sob o ponto de vista das práticas
sociomateriais, entrelaçadas pelo WhatsApp e gestores educacionais públicos, e como estes o
enfrentam. O technostress é tradicionalmente visto como um processo negativo, tanto na vida
profissional quanto pessoal, oriundo do uso das tecnologias da informação e comunicação
(TICs). Nesta pesquisa, considera-se que o technostress emerge de práticas sociomateriais.
Dessa forma, a sua análise é feita sob esse olhar, considerando o entrelaçamento constitutivo
entre o social e o material. A partir desse contexto específico, parte-se em busca das
estratégias de enfrentamento (focadas na emoção e no problema) que esses gestores se valem
para enfrentar o technostress vivenciado. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa
exploratória, de abordagem qualitativa. Os dados da pesquisa foram coletados por meio de
entrevistas em profundidade e anotações de campo, devido ao escopo e contexto específico da
pesquisa, os quais irão compor o corpus analítico do estudo. Como sujeitos da pesquisa, temse os gestores educacionais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com cargo de
direção (CD) e função de coordenação de curso (FCC). No que tange a análise de dados, foi
usada como lente analítica a análise textual interpretativa e a análise por templates. Como
resultados, identificou-se que as práticas sociomateriais são o emaranhado de gestores (com
os mais diversos perfis, características e áreas de formação) ao WhatsApp. Este, é formado na
sua maioria pelo número de telefone pessoal dos gestores, tendo como uma das principais
características o modo silencioso. As tarefas realizadas são solicitações e respostas a
demandas, compartilhamento de informações, assim como envio e recebimento de
documentos, participação em grupos, tomada de decisões, além de diversas outras atividades.
Os contextos são bem diversificados, ocorrendo na própria Instituição e em qualquer lugar,
independentemente, de ser à noite, final de semana, feriado ou férias. A tecnoinvasão e a
tecnossobrecarga se apresentam como grandes ameaças. Conflitos trabalho-casa,
tecnoinsegurança e ambiguidade de papéis se apresentam como ameaças originárias.
Interrupções habilitadas, aparecem como pequenas ameaças e tecnocomplexidade não causa
ameaças. Esses tecnoestressores fizeram emergir tensões emocionais: angústia, ansiedade,
pressão, exaustão, medo, culpa, etc, tensões físicas: cansaço, insônia e dores no corpo, além
de tensões comportamentais: menor satisfação com o trabalho, baixa produtividade. Entre as
estratégias focadas nas emoções, estão: distanciar, afastar, refletir, entre outras, e estratégias
comportamentais. Já as focadas no problema apareceram em maior quantidade, como:
silenciar, apoio instrumental, social e familiar, aprender fazendo, gerenciar, organizar as
tarefas/prioridades, criar regras em grupos, auxílio de colegas, secretários, cuidado com as
mensagens enviadas, solicitação de envio por e-mail, entre outros. É importante salientar que
as estratégias auxiliam na tentativa de aliviar o technostress, uma vez que muitas das situações
estressantes não têm como serem evitadas, em função do cargo e da prática ser sociomaterial,
mas precisam ser suportadas por gestores e conscientizadas no ambiente organizacional. Há a
necessidade da organização dar atenção considerável ao technostress na elevação do
compromisso com a qualidade de vida dos servidores.
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