Caminhando por territórios negros: um estudo sobre o processo de turistificação do Bairro Liberdade (SP)
Resumo
O presente trabalho busca apresentar as relações entre memória, identidade, patrimônio
histórico cultural e turismo cultural, demonstrando os patrimônios enquanto agentes de
manutenção e preservação de memórias e identidades de determinados grupos sociais. A partir
disto buscando compreender quais os patrimônios negros presentes no Bairro Liberdade, o que
localiza-se no Centro Histórico da cidade de São Paulo, analisando a atuação turística sob os
mesmos. Em termos teóricos envolve uma perspectiva transdisciplinar de textos sobre memória
com Maurice Halbwachs (2003), sobre identidade com Stuart Hall (2014), as diferentes
conceituações sobre patrimônios históricos culturais com Instituto do Patrimônio Histórico
Artístico Nacional e o turismo cultural a partir da perspectiva de diferentes autores da área do
turismo. Assim, tem como objetivo identificar quais os patrimônios e monumentos relacionados
às memórias negras, estão representados aos olhares turísticos na região, refletindo sobre os
diferentes enfoques que a atividade proporciona a partir dos interesses atrelados aos
planejamentos turisticos. Desse modo, a partir da análise do processo de turistificação do Bairo
Liberdade, é possível verificar as diferentes atuações do turismo num mesmo território, tendo
em vista que atualmente a região é comercializada turisticamente enquanto de origem nipônica,
mas obtem resquisicios de memórias ligados a outros grupos sociais. Sendo possível estabelecer
o turismo enquanto uma ferramenta de democratização das memórias presentes no espaço e
também como uma atividade que porporciona um apagamento de memórias e identidades de
outros grupos sociais que não atendam os interesses do setor público e privado.
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