Avaliação dos metabólitos do óxido nítrico na infecção pelo HIV e impacto da terapia antirretroviral sobre as concentrações séricas de nitrito/nitrato
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Data
2014-07-09Primeiro membro da banca
Araújo, Maria do Carmo dos Santos
Segundo membro da banca
Beck, Sandra Trevisan
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença de origem infecciosa, causada pelo vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O vírus infecta principalmente linfócitos T auxiliares CD4+, gerando uma severa imunodepressão e maior susceptibilidade a infecções. A terapia antirretroviral de alta eficácia (HAART) reduz significativamente a carga viral e restabelece o sistema imune. A infecção requer acompanhamento do paciente ao longo de toda a vida, e a falha na adesão e os efeitos adversos provocados pela medicação são fatores limitantes do tratamento. As razões para estes efeitos parecem ser multifatoriais e entre ela temos os distúrbios metabólicos, a toxicidade dos antirretrovirais (ARV) e o impacto da replicação viral, resultando em aumento de doenças não relacionadas à AIDS, aterosclerose subclínica e disfunção endotelial. Sabe-se que o endotélio desempenha um papel fundamental na saúde vascular. Pacientes HIV positivos possuem a função endotelial prejudicada, e uma das importantes causas de morbidade e mortalidade prematuras são as complicações cardiovasculares. Nesse contexto, já foi demonstrado que o prejuízo das células endoteliais, in vivo e in vitro, pode envolver a formação de espécies reativas de nitrogênio (ERNs) e alterar a biodisponibilidade do óxido nítrico (NO). Muitos mecanismos regulatórios do sistema cardiovascular têm o envolvimento do NO, incluindo o tônus vascular, a estrutura vascular e as interações célula-célula nos vasos sanguíneos. Estudos têm sido realizados a fim de elucidar o papel do NO nas doenças vasculares. Porém, existem poucos relatos sobre os níveis deste marcador em pacientes HIV positivos. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de nitrito/nitrato (NOX), metabólitos do NO, em pacientes HIV positivos e verificar sua possível alteração com o uso da HAART. Para isso, foram dosados os níveis séricos de NOx em 101 pacientes HIV positivos, dos quais 18 não faziam uso da medicação, e em 46 pacientes HIV negativos. Os pacientes HIV positivos apresentaram níveis de NOx [62.4 (28.4-116.0) μmol/L] inferiores aos do gupo controle [86.8 (56.1-137.5) μmol/L]. Quando comparados conforme o uso ou não do tratamento, pacientes em HAART tiveram concentrações dos metabólitos ainda menores [60.8(27.9-105.4) μmol/L] em relação aos não tratados [127.0(36.2-277.1) μmol/L]. Os achados sugerem que estas diminuições podem ser um importante mecanismo que predispõe os pacientes a terem um desfecho cardiovascular. Sendo assim, a manutenção destes níveis dentro dos limites normais pode ser uma estratégia terapêutica para reduzir as doenças cardiovasculares.
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