Efeito neuroprotetor do disseleneto de difenila sobre a memória, atividade locomotora e captação de cálcio frente a trauma mecano-encefálico em ratos
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Data
2008-12-22Primeiro coorientador
Rocha, João Batista Teixeira da
Primeiro membro da banca
Soares, Félix Alexandre Antunes
Segundo membro da banca
Schetinger, Maria Rosa Chitolina
Terceiro membro da banca
Bürguer, Marilise Escobar
Quarto membro da banca
Barbosa, Nilda Berenice de Vargas
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As concussões e traumas encefálicos (TBI) são distúrbios imputados às
funções cerebrais freqüentemente provocados por forças de aceleração e
desaceleração na caixa craniana com ou sem fraturas. Um extenso número de
estudos tem demonstrado que o TBI está associado a vários eventos primários,
tais como liberação de glutamato, elevação intracelular das concentrações de
cálcio, geração de radicais livres, diminuição da concentração sérica de
magnésio, alterações comportamentais relacionadas com a perda de memória
e prejuízo na atividade locomotora, dentre outras. Tais eventos podem causar
danos secundários pela ativação de processos bioquímicos endógenos
autodestrutivos. O disseleneto de difenila (PhSe)2 é um composto orgânico à
base de selênio que tem demonstrado vários efeitos biológicos, os quais
podem ser adicional e potencialmente efetivos à terapia do TBI. A cooperação
deste estudo mostra-se interessante pela avaliação da administração oral de
(PhSe)2 frente a um modelo de trauma induzido em ratos usando como
parâmetros avaliativos a recaptação de 45Ca+2 membranar em fatias de córtex,
estriado e hipocampo; a dosagem sérica dos níveis de magnésio; a aquisição e
facilitação de memória através dos testes do medo condicionado, alternação
espontânea e estímulo auditório; a atividade locomotora através dos testes de
campo aberto e rota-rod. Neste estudo foi possível verificar o aumento da
captação de 45Ca+2 membranar nas fatias de córtex, estriado e hipocampo em
todos os animais que foram submetidos ao trauma e ao tratamento oral de
(PhSe)2 (100 mM, 15 minutos após o TBI), especialmente aos que receberam
pré-tratamento e tratamento (20 mM por 3 dias que antecederam o trauma e
100 mM, 15 minutos após o TBI), quando comparados aos animais que foram
submetidos somente ao TBI. O (PhSe)2 foi efetivo em aumentar os níveis
séricos de magnésio, o que corrobora com seu efeito neuroprotetor, uma vez
que os íons cálcio e magnésio estão presentes em vários mecanismos
neuroquímicos do Sistema Nervoso Central (SNC). Somado a estas ações, o
(PhSe)2 foi capaz de melhorar a aquisição e facilitação de memória,
demonstrando neuroproteção sobre os parâmetros comportamentais utilizados.
De forma especial, quando o (PhSe)2 foi administrado antes e depois da
indução do TBI. As habilidades locomotoras foram registradas em sessõestreinos
e as alterações comportamentais pós-trauma foram realizadas 24 horas
após indução do TBI e tratamentos. O (PhSe)2 melhorou a atividade
locomotora observada no teste de campo aberto, demonstrando, ainda, um
efeito ansiolítico, de modo especial quando o (PhSe)2 foi administrado antes e
depois do TBI. Finalmente, o teste rota-rod reiterou os achados relacionados à
locomoção observados no teste de campo aberto, com uma resposta de
coordenação motora presente em ambos os tratamentos com (PhSe)2, porém,
com distinção ao grupo que recebeu pré-tratamento e tratamento pós trauma.
Diante disto, considerando a relevância deste estudo para o desenvolvimento
de novos fármacos que possam diminuir o dano das células neurais e melhorar
a recuperação de pacientes pós-trauma, diminuindo seqüelas, nossos
resultados sugerem que os estudos sobre (PhSe)2 frente ao TBI possam ser
aprofundados e melhor investigados para seu possível emprego como
ferramenta farmacológica contra o TBI.
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