Perfil clínico, oxidativo e inflamatório em pacientes com SARS-CoV-2
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Data
2023-02-28Primeiro coorientador
Pillat, Micheli Mainardi
Primeiro membro da banca
Benvegnú, Dalila Moter
Segundo membro da banca
Zanini, Daniela
Terceiro membro da banca
Carvalho, José Antonio Mainardi de
Quarto membro da banca
Horner, Rosmari
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Em dezembro de 2019, casos de doença grave que causaram um surto de pneumonia de origem
desconhecida foram relatados em Wuhan, província de Hubei, China. Logo depois, o número de
casos disparou dramaticamente, espalhando-se pela China e pelo mundo. O agente causador da
doença, foi denominado SARS-CoV-2, o novo coronavírus. A condição clínica causada pelo novo
coronavírus foi referida como COVID-19. Dentre os sintomas mais comuns da COVID-19 estão
febre, tosse, fadiga e falta de ar, enquanto outros sintomas incluem produção de expectoração, dor
de cabeça, diarréia, dispneia e linfopenia. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa,
principalmente via contato direto ou através de gotículas espalhadas por tosse ou espirros de um
indivíduo infectado, ou através do contato direto com infectados. Diante disso, este trabalho
objetivou verificar o perfil clínico e o estado oxidativo de pacientes com COVID-19
correlacionando com a gravidade da doença, assim como caracterizar as alterações nos mediadores
inflamatórios séricos em pacientes hospitalizados correlacionando com óbito. O estudo contou com
a participação de 28 pacientes com COVID-19 leve, que estavam em isolamento domiciliar; 65
pacientes internados na unidade de terapia intensiva (UTI) do HUSM, com COVID-19 moderado
ou grave e 50 participantes no grupo controle. Os dados clínicos e sociais foram obtidos através do
prontuário eletrônico dos mesmos. Os marcadores de estresse oxidativo foram determinados pela
quantificação de marcadores de dano oxidativo como as substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS), assim como protetores do estresse oxidativo (grupamentos tiólicos proteicos (P-SH),
vitamina C,capacidade de redução férrica do plasma (FRAP), ácido úrico (UA), além da verificação
da atividade da enzima δ-aminolevulinato desidratase (δ-ALA-D). Os mediadores inflamatórios
foram determinados através da medição dos níveis de interleucina-2 (IL-2), interleucina-6 (IL-6),
interleucina-10 (IL-10), interleucina- 4 IL-4), interleucina-17 (IL-17), fator de necrose tumoral alfa
(TNF-α) e interferon-gama (IFN-γ). Além disso, foram avaliados os resultados de exames
laboratoriais, comparando os resultados de pacientes recuperados com os que foram à óbito.
Através dos resultados obtidos verificamos que pacientes com COVID-19 apresentam elevação nos
marcadores de dano oxidativo (TBARS) e uma diminuição das defesas antioxidantes ( NP-SH, vitamina C,
FRAP, UA), incluindo a atividade da enzima δ-ALA-D. Constatamos que pacientes geriátricos,
especialmente homens, com comorbidades como obesidade e/ou doenças crônicas são mais
propensos a desenvolver a forma mais grave de COVID-19 do que outros grupos de pacientes.
Pacientes com COVID-19 moderado/grave apresentam maior estresse oxidativo e apresentaram
menor atividade da enzima δ-ALA-D em comparação com o grupo controle. Os níveis de IL-2, IL6, IL-10 e IFN- γ estavam elevados no soro de COVID-19 moderado/severo em comparação com
o grupo controle e os níveis de IL-6 e IL-10 apresentaram-se significativamente mais altos em
individuos que foram à óbito. Os parâmetros laboratoriais (uréia, LDH, D-dimer,TAP/INR,AST,
ALT) mostraram-se aumentados nos pacientes que faleceram em comparação aos pacientes
recuperados, sendo apenas o nível de linfócitos inferior nos pacientes que foram a óbito em relação
aos recuperados. Concluindos, o estresse oxidativo e as interleucinas podem ser utilizadas na
prática clínica como preditor de piora do quadro clínico.
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