Desbravando os mares da Base Nacional Comum Curricular: a prática de análise linguística
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Data
2023-03-29Primeiro membro da banca
Pietri, Émerson de
Segundo membro da banca
Motta, Vaima Regina Alves
Metadata
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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2018, norteia toda a
Educação Básica no Brasil, a partir de um conjunto de aprendizagens consideradas
essenciais aos estudantes. No âmbito do componente de Língua Portuguesa,
durante os anos finais do Ensino Fundamental, a BNCC (BRASIL, 2018) recomenda
que os estudos sobre a linguagem não devam ser tomados como um fim em si
mesmo, mas sim ―estar envolvidos em práticas de reflexão que permitam aos
estudantes ampliarem suas capacidades de uso da língua/linguagens em práticas
situadas‖ (BRASIL, 2018, p. 69). Assim, diante da importância da investigação desse
documento, buscamos analisar criticamente as habilidades de análise
linguística/semiótica, considerando os pressupostos teórico-metodológicos e a forma
de constituição da BNCC. Para isso, esta pesquisa possui como corpora os
pressupostos pedagógicos do componente Língua Portuguesa e as habilidades de
análise linguística/semiótica para os anos finais do Ensino Fundamental. A pesquisa
apresenta uma abordagem qualitativa, de cunho interpretativista (MINAYO, 2007;
BORTONI-RICARDO, 2008), tendo como aporte teórico-metodológico o conceito de
Prática de Análise Linguística (GERALDI, [1984] 2006; [1991] 2013; 1996; 2015;
MENDONÇA, 2006; BEZERRA, REINALDO, 2013; SUASSUNA, 2012), a
Taxonomia de Bloom (FERRAZ; BELHOT, 2010) e a Linguística Sistêmico-Funcional
(HALLIDAY, 1988; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004; 2014; BARBARA; MÂCEDO,
2009; CUNHA; SOUZA, 2011; FUZER; CABRAL, 2014). Concluímos que as
habilidades, preconizadas pela BNCC, além de revelarem incongruências teóricometodológicas em relação às bases sócio-históricas, também reafirmam ―o modelo
de gestão empresarial de responsabilização individual dos sujeitos frente aos
processos de aprendizagem e apropriação do conhecimento‖ (DOURADO;
SIQUEIRA, 2019, p. 297). É preciso ressaltar também que, nos domínios
intermediários da análise e da aplicação, os processos mais recorrentes são utilizar,
usar e fazer. Assim, é perceptível o caráter cognitivista e utilitário presente nas
habilidades, principalmente quando focalizamos a quantidade de processos mentais
cognitivos e materiais criativos que, por sua vez, sugerem uma concepção
instrumental, do ‗saber fazer‘.
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