Ventos de gás ionizado a partir do núcleo da galáxia OH megamaser IRAS 09320+6134
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Data
2023-03-03Primeiro membro da banca
Couto, Guilherme dos Santos
Segundo membro da banca
Schimoia, Jáderson da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As galáxias [ultra]luminosas no infravermelho são objetos extremamente brilhantes nesta faixa
do espectro, com luminosidades superiores a 1011 L . Observa-se que estes objetos, que consistem tipicamente de interações e fusões de galáxias, são ambientes propícios para a emissão
de megamasers de OH, luminosos e poderosos masers extragalácticos. Embora ainda não se
tenha total compreensão sobre as condições físicas dos ambientes que produzem megamasers
de OH, observa-se que muitos sistemas hospedeiros deste fenômeno apresentam espectro composto, tanto com características associadas à regiões de intensa formação estelar, as Starbursts,
quanto com a presença de um AGN. A galáxia IRAS 09320+6134 faz parte de um projeto que
tem como objetivo geral relacionar as propriedades da emissão megamaser e o estágio de fusão
de sua galáxia hospedeira com possíveis atividades AGN e/ou SB, a fim de compreender melhor
a natureza do mecanismo de ionização de galáxias que apresentam esse fenômeno. As observações foram realizadas no Telescópio Gemini Norte, utilizando-se o espectrógrafo GMOS no
modo IFU. A IRAS 09320+6134 está no limite entre LIRG e ULIRG, com luminosidade no
infravermelho estimada de LIR = 1011.95−12.02 L . Ajustamos as linhas de emissão presentes
nos espectros por séries de Gauss-Hermite, mas observamos que a cinemática do gás apresentava duas componentes, portanto fizemos um novo ajuste com duas curvas Gaussianas, uma
estreita e uma larga, para representar os perfis das linhas de emissão. A partir dos ajustes, foram construídos mapas de fluxo, velocidade e dispersão de velocidade, além de diagramas de
diagnóstico e mapas de razões de intensidades de linhas. As distribuições de fluxo apresentam
emissão estendida em todas as linhas em ambas as componentes, com a emissão da componente
estreita sendo observada em todo o campo de visão e a emissão da componente larga vista principalmente nos 1.5
00 centrais. A componente estreita está traçando a emissão do gás no disco
da galáxia e os campos de velocidade dessa componente mostram um disco em rotação, com
amplitudes de até ∼ 200 km s−1
. Por outro lado, a componente larga, vista em blueshift em
relação à componente estreita, apresenta velocidades negativas de até ∼ −800 km s−1
e é interpretada como sendo devido a um outflow de gás ionizado proveniente do núcleo da galáxia. Os
diagramas de diagnóstico BPT e WHAN para ambas as componentes indicam que a ionização é
predominantemente devido à presença de um AGN. Estimativas preliminares das propriedades
do outflow indicam que sua potência cinética é cerca de 2 ordens de grandeza menor do que os
valores estimados por simulações cosmológicas para que o feedback de AGN seja eficiente em
suprimir a formação estelar. Por fim, apresentamos também um panorama geral com resultados
preliminares para outras 6 galáxias da amostra, cujos resultados ainda não foram publicados.
Todos os objetos apresentam emissão estendida nas linhas de emissão mais intensas e uma componente de disco em rotação. Ademais, todos os objetos apresentam movimentos não circulares
que não podem ser representados somente por uma componente de disco em rotação, que serão
melhores analisados em um trabalho futuro.
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